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Rodrigo Maia explica por que não defender o Fora Bolsonaro

Em evento promovido pela Fundação Lemann na última quinta-feira (8), o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, deu claras indicações de que a opção dominante da burguesia neste momento é a de aguentar Bolsonaro até 2022, ainda que o seu nome não fosse a opção original dos golpistas, mais o resultado de seus erros, limitando-se a tentar colocar limites às atitudes do fascista em um caso ou outro.

Maia deixou claro que a eleição de Bolsonaro não levou à estabilização do golpe. Muito pelo contrário, o fascista é um grave fator de instabilidade na já instável situação política nacional.

Deixando clara a fraude da Lava Jato que levou Lula à prisão e a extrema-direita ao poder, Maia afirmou também que Bolsonaro não era o nome que esta “operação” esperava “levar à presidência”.

“A Lava Jato foi decisiva [para a eleição de Bolsonaro], mas o nome dela [da operação para a presidência] não era Bolsonaro. Eles só não conseguiram construir algo no lugar.”

Ainda assim, o plano agora é tentar colocar Bolsonaro “na linha” até 2022.

“Mas é o que temos até 2022. Cabe aos outros poderes, no que entender que passou do limite, gerar o limite e a agenda que tenha mais convergência no Brasil.”

Ao ser perguntado quem seria o “nome da Lava Jato”, Maia foi convenientemente interrompido pela mediadora Malu Gaspar e pelo governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que atalhou rapidamente o deputado com uma piada, o que permitiu encerrar o delicado assunto sem uma resposta.

Além de Flávio Dino e Maia, estavam no evento vários outros políticos que passaram pelas mãos da Fundação Lemann, como Tabata Amara (PDT), Felipe Rigoni (PSB) e Tiago Mitraud (Partido Novo).

Financiada diretamente por Jorge Paulo Lemann, um autêntico representante da alta burguesia – considerado pela Forbes como o segundo homem mais rico do Brasil e 19º do mundo – a Fundação Lemann organiza políticos de vários partidos para levar a frente os interesses daquela classe, como ficou claro pelos esforços de todos eles na aprovação da reforma da Previdência, que vai ser um desastre para os trabalhadores, mas vai levar milhões aos bolsos da burguesia.

Por isso, o que foi discutido neste evento pode ser tomado como indícios claros do que preocupa a burguesia de conjunto e os encaminhamentos políticos que estão sendo dados por esta classe, em defesa de seus interesses contra o povo.

Falando para os seus financiadores diretos, o discurso de Maia toma o formato de um verdadeiro balanço das maracutaias da burguesia nos últimos períodos, deixando clara toda a intenção golpista da Lava Jato, por exemplo, que o próprio Maia demonstra ser uma operação fraudulenta de manipulação política, assim como demonstrando as dificuldades que a burguesia está enfrentando agora para estabilizar o golpe, vendo-se até mesmo incapaz de “construir algo no lugar” de Bolsonaro, apesar de todo o seu poder.

Ficou claro também que a política resignada de colocar Bolsonaro “na linha” é na verdade uma política defensiva e de “resistência” da burguesia frente à enorme instabilidade política do país, e não uma política da classe trabalhadora, que atenda aos interesses do povo.

Para a burguesia, Bolsonaro “é o que temos até 2022”, porque não interessa a essa classe lançar ainda mais instabilidades em uma situação altamente volátil como a que vivemos hoje. A burguesia teme uma explosão social e parte para tentar colocar rédeas e tentar “domesticar” os cães raivosos da extrema-direita que ela mesma criou e lançou contra o povo para tomar o poder na base do golpe e da fraude.

Após ter colocado o fascismo na rua, a burguesia até certa medida se vê refém de sua própria criação.

Se o plano era enjaular os fascistas nas eleições de 2018, elegendo Alckmin, por exemplo, agora que não conseguiram, só resta lamentar e tentar estrangular os movimentos sociais que vêm às ruas com cada vez mais força contra Bolsonaro e todos os golpistas.

O discurso de Maia diante de seus patrocinadores deixou claro que a burguesia está optando pelo “Fica Bolsonaro” e busca hoje obter o máximo de apoio à sua política, fazendo de tudo para esvaziar o “Fora Bolsonaro” que está cada dia mais presente em toda e qualquer manifestação popular, de atos de rua a torcidas de futebol.

O “Fora Bolsonaro” é o que a burguesia mais teme. Ela sabe que onde quer que o povo se reúna, o ódio a Bolsonaro é a palavra de ordem principal e isto é o sinal claro de uma instabilidade social com capacidade real de alterar o jogo do poder.

Por isso, não é hora de limitar as lutas populares a tentar, por exemplo, corrigir Bolsonaro e amargar uma “resistência” até 2022. Esta é exatamente a política da burguesia. E foi Maia quem deixou claro isto na Fundação Lemann.

A hora é da esquerda tirar o máximo proveito destas contradições criadas pela própria burguesia e aproveitar esta importante oportunidade de partir decididamente para a luta que tem condições de derrotar o golpe e encerrar este período de avanço da direita contra os trabalhadores.

É hora de partir para a luta pelo fim do governo Bolsonaro, pela imediata liberdade de Lula, preso pela operação golpista da Lava Jato, e por Eleições Gerais Já, com Lula candidato, anulando-se a eleição de 2018, viciada pela maior fraude eleitoral da história da República brasileira.

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