O programa “Roda Viva”, exibido pela TV Brasil, não é um programa de entrevistas, é, na verdade, uma plataforma de propaganda dos interesses mais sórdidos da direita brasileira. Até muito pouco tempo, o apresentador do programa era Augusto Nunes, colunista da Veja e defensor da prisão de Lula.
A baixa qualidade do programa e suas finalidades inescrupulosas são tão visíveis e incontestáveis que o músico Chico Buarque, autor da música “Roda Viva”, exigiu que sua música fosse retirada do programa, pois ele não queria ser associado com tal campanha contra a inteligência humana. No dia em que a burguesia havia marcado a prisão de Lula – que apenas foi adiada alguns dias por contradições do STF –, o programa entrevistou ninguém menos que Sérgio Moro, o carrasco do ex-presidente.
Que o programa da TV Brasil é direitista, isso não é novidade. O que é novidade, em certo sentido, é o fato de Guilherme Boulos, um dos candidatos abutres que almejam roubar parte do eleitorado do PT caso Lula não seja candidato à Presidência da República, participou, na última segunda-feira, do programa. Como se tivesse sendo entrevista em um programa normal, como se os entrevistadores estivessem realmente interessados em promover a imagem de Boulos, o líder do MTST foi para a entrevista tal qual um cordeirinho indo para o abate.
A postura de Boulos, indigna de quem pretende combater o golpe, é muito semelhante à da outra candidata abutre, Manuela d’Ávila. Recentemente, “Manuelinha da Força”, como vem sendo chamada, participou do ato de primeiro de maio junto à Força Sindical, chegando inclusive a subir no palco com Paulinho da Força.
O comportamento abutre de setores como Manuela D’Ávila e Guilherme Boulos mostram que as “candidaturas progressistas” não contribuem para a luta contra o golpe – pelo contrário, elas colaboram diretamente com os golpistas. Por isso, é necessário que os trabalhadores rejeitem qualquer “plano B” e lutem, através de uma mobilização revolucionária, pela liberdade de Lula. Eleição sem Lula é golpe! Lula presidente!