Desde o golpe de Estado em 2016 contra a presidenta Dilma Roussef (PT) a Petrobras vem sofrendo inúmeros ataques pelos golpistas, que tomaram de assalto o poder no país, com perseguição de diretores e presidentes, desinvestimento e privatizações sucessivas da estatal.
A política dos golpistas no setor de combustível e gás iniciou o processo de desinvestimento da empresa no Rio Grande do Norte e também em outros estados do Nordeste, isso levou ao fechamento de 6,9 mil postos de trabalho de funcionários efetivos e terceirizados, e uma redução de 63,03% nos investimentos, o que seria equivalente a R$ 931,7 milhões.
Segundo os diretores da empresa, a saída gradual da região do Rio Grande do Norte é uma decisão de “negócios”. Para o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, não é mais vantajoso para uma empresa do porte da Petrobras prosseguir na exploração de campos em terra conhecida como onshore, tipo de extração esse que tem custo muito menor e demanda menos investimento em maquinários. A saída da empresa trará consequências graves com alta dos preços para toda a população da região.
Para o jornal Tribuna do Norte, em 2011 os investimentos da Petrobras no Rio Grande do Norte chegaram a ser de 1,885 bilhão, beneficiando todo o estado com petróleo. Já em 2018, apenas R$ 546,3 milhões foram investidos. Os royalties gerados pela Petrobras são essenciais ao governo do estado e aos mais de 90 municípios e geram cerca de 10 mil empregos. Em outros pólos de petróleo e gás em todo território brasileiro, os números também são alarmantes, a Bacia de Campos no Rio de Janeiro por exemplo, chegou em torno de 30 mil demissões nos últimos 5 anos.
Em seu discurso de abertura do seminário do Consorcio do Nordeste (2019) a governadora do estado Fátima Bezerra ressaltou a preocupação com a situação, “A queda na produção de Petróleo e gás no Rio Grande do Norte é responsável por uma série de problemas que vão desde a queda de arrecadação para o estado até o reflexo direto na empregabilidade.” Fátima também destacou que Mossoró é referencia brasileira na modalidade de exploração de petróleo em terra (onshore).
Uma denuncia que é feita pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), é que a operação Lava Jato foi instrumentalizada para atacar diretamente e destruir a estatal brasileira, sob a desculpa de irregularidades, perseguir diretores, difamar a Petrobras com denúncias de corrupção perante o mundo todo, para assim facilitar as privatizações e a entrega do petróleo nacional para as grandes petrolíferas internacionais.
Abrindo a empresa para o capital estrangeiro, o golpista Michel Temer retirou o caráter estatal de divisão dos lucros para investimento da Petrobras não só na área do petróleo e gás brasileiro, como também em setores sociais do país, em beneficio das multinacionais estrangeiras que visam apenas pequenos investimentos e altos lucros privados.
Para o coordenador da FUP, José Maria Rangel, a liquidação da Petrobras teve inicio no governo Temer. Segundo ele, vários setores estratégicos da empresa foram privatizados e outros foram sendo deixados de lado pelo governo federal. “A Petrobrás já está sendo gerida como um empresa privada desde 2016. Por isso, começou a praticar uma política de preços de derivados em sintonia com o mercado internacional. Quem comprar nossas refinarias não vai vender derivados aqui no Brasil com preços abaixo do mercado internacional.”
O golpe se aprofunda com o governo fraudulento de Jair Bolsonaro, que tem como objetivo vender o Brasil a preço de banana. A única forma de defender as estatais e a soberania nacional é através do povo nas ruas, para defender suas riquezas, como o petróleo, e por abaixo todo esse conjunto de golpistas, que trabalham para os grandes bancos e monopólios internacionais em detrimento dos interesses do povo.
