Ninguém conhecia Wilson Witzel até que ele aparecesse eleito governador do Rio de Janeiro no ano passado, durante as eleições fraudulentas de 2018, marcadas pela ausência de Lula na concorrência para a presidência. Uma vez com o cargo nas mãos, Witzel começou a incentivar a violência policial mesmo antes de tomar posse. Em novembro do ano passado, Witzel declarou que a polícia deveria mirar na cabeça e atirar nos moradores de comunidades pobres que estivessem portando fuzis.
Recordes de matança
Essa política está dando frutos para a extrema-direita. No primeiro trimestre a polícia do Rio de Janeiro matou 434 pessoas. Foi o primeiro trimestre mais letal da história do estado desde que a estatística começou a ser feita em 1998. Em julho Witzel quebrou outra marca: com 194 mortos pela polícia; foi o mês em que a polícia mais matou gente. Até agosto, a polícia de Witzel já tinha matado 1249 pessoas.
A política de Witzel, representante em seu Estado do bolsonarismo, intensificou a matança de pobres nas comunidades do Rio de Janeiro. No entanto, está longe de ser o início dessa guerra aos pobres. Desde janeiro de 1998, segundo dados oficiais do estado, do ISP (Instituto de Segurança Pública), a polícia matou 17.248 pessoas. Número digno de uma guerra civil. E de fato, trata-se de uma guerra da polícia contra a população pobre. Uma guerra em que só um dos lados em permissão para usar armas.
No Brasil, a polícia sempre foi usada para exercer o terror contra a população pobre e controlá-la por meio de uma violência extrema. Esse fenômeno já era marcante em períodos anteriores. Agora, com a crise política do regime como um todo, depois da campanha golpista da direita e da fraude eleitoral do ano passado, esse processo tornou-se mais intenso. O controle da população pela força bruta tornou-se mais importante do ponto de vista dos capitalistas, diante de uma situação instável, com um governo impopular e que atravessa uma crise interna.
Fora Witzel! Fora Bolsonaro!
É preciso impedir o avanço dessa guerra do Estado contra os pobres sob a liderança da extrema-direita. A luta contra o bolsonarismo, seja em esfera estadual ou federal, transformou-se em uma questão vital, de sobrevivência. Por isso é preciso mobilizar os trabalhadores contra o governo Witzel e contra o governo Bolsonaro. A continuidade desses governos representa uma séria ameaça à vida de milhões de pessoas, potenciais vítimas de violência policial sob governos que estimulam essa violência. Por isso é hora de ir às ruas para exigir: Fora Witzel! Fora Bolsonaro!