O craque Rivaldo, um dos melhores meias da história do futebol, foi enfático ao afirmar que a Seleção Brasileira não precisa de um treinador estrangeiro. Tendo que defender o óbvio, o ex-jogador fez questão de lembrar que o Brasil conquistou cinco Copas do Mundo com técnicos brasileiros.
Rivaldo publica regularmente sua opiniões no portal de apostas Betfair, abordando diversos assuntos relacionados ao futebol. No último dia 20, dedicou um tópico para discutir a possibilidade de Pep Guardiola ser técnico da Seleção Brasileira. O título não poderia ser mais incisivo: “Guardiola como técnico da Seleção Brasileira? Não, obrigado”.
Os dois jogaram juntos com a camisa do Barcelona e compartilham de admiração mútua. Rivaldo inicia seu texto, inclusive, afirmando que Guardiola é um dos melhores técnicos em atividade no mundo. No entanto, quando o assunto é Seleção Brasileira, o craque recusa a ajuda estrangeira.
Resgatando a própria experiência, Rivaldo lembra que chegou a duas finais de Copas do Mundo comandado por técnicos brasileiros e não vê nenhum motivo para mudar de estratégia. Há alguns meses, quando o Palmeiras conquistou o Campeonato Paulista contra o arquirrival Corinthians, o ex-jogador exaltou Vanderlei Luxemburgo como o melhor dentre os treinadores com quem trabalhou.
Este Diário denuncia recorrentemente a campanha de desvalorização do futebol brasileiro, que beneficia diretamente os capitalistas estrangeiros, em especial aqueles bancados pelo imperialismo europeu. Diante do desafio ingrato de propagandear a superioridade dos seus jogadores, os europeus investem pesado na defesa da genialidade dos seus técnicos. E de tanto ouvir e pouco conhecer de futebol, muitos acabam repetindo o mantra da superioridade estratégica dos europeus.
A onda de técnicos estrangeiros no Campeonato Brasileiro certamente passa a impressão de que o país tem carência de comandantes para os melhores jogadores do mundo. Uma farsa, em grande medida facilitada pela docilidade da imprensa burguesa do país em relação aos devaneios do imperialismo europeu.
Como lembrado por Luxemburgo, uma das principais razões para não termos mais técnicos com destaque em nível mundial é tratamento inquisitório que os estreantes na profissão recebem por aqui. Uma quantidade enorme de técnicos promissores, a maioria ex-jogadores, sofre uma condenação muito dura e precoce. Em pouco tempo, acabam procurando outros postos para atuar e tentar se manterem próximos ao esporte que praticaram a maior parte das suas vidas.