O Ministro do Meio Ambiente, o golpista Ricardo Salles (Partido Novo), foi ao vivo e em cores, atacar a Reserva Chico Mendes em Xapuri (Acre). Contendo 900 mil hectares, a reserva é simbolo da luta pela terra e dos direitos dos trabalhadores, fruto da luta de Chico Mendes.
O ataque vindo do Instagram de Salles, afirma: “Resumo da visita à Xapuri e à Reserva Chico Mendes no Acre, com 900 mil hectares. Milhares de pessoas quase na miséria. A farsa da tese da “florestania”. Moradores não conseguem e nem querem mais tentar sobreviver do extrativismo da seringueira, do açaí e da castanha do pará. Eles poder usar uma parte da sua área para criar gado, plantar café e produzir peixe em tanques. Querem ter direito a uma vida digna e não mais viver de acordo com o discurso demagógico de quem os manipulou no passado. Obviamente que os ?e?não querem deixar.”
Essa afirmação, assim como tudo que esse verdadeiro fascista declara pelo Brasil à fora, é uma farsa! A campanha do serviçal dos latifundiários e da “Bancada Ruralista”, é feita para justificar o fim da reserva extrativista e dos assentamentos rurais. A reserva extrativista foi criada pelas próprias famílias, e, é evidente, que são elas que colocam as regras – incluindo sua criação de gado em áreas abertas.
Lembrando rapidamente que a tal “bancada fazendeira”, é comandada por ninguém menos que Ronaldo Caiado (DEM), responsável pelas morte de Chico Mendes, quando estava no comando da União Democrática Ruralista (UDR). Chico, que da nome ao assentamento, foi um importante ativista político contra o latifúndio na região Amazônica, em 1988 e seu assassinato foi orquestrado por Darly Alves, representante no Acre da UDR, e executado por Darcy, filho do fazendeiro, junto a um pistoleiro.
O líder seringueiro foi alvejado com um tiro de escopeta quando saía para tomar banho externo, sendo que dentro da casa havia 2 policiais militares, responsáveis pela sua segurança. A luta fatal se deu por conta da desapropriação de uma terra para o extrativismo de seringueiros, terras essas conquistadas na Ditadura Militar, quando esses fazendeiros, oligarcas assassinos, dividiram o país segundo seus interesses.
Ronaldo Caiado, presidente nacional da UDR, apenas entre 1985 e 1989 – período pós ditadura e de maior atividade da entidade genocida -, deve ser responsabilizado por mais de 640 mortes, incentivadas abertamente com a criação de milícias contra camponeses e sem-terra.
A verdade é que, como em outras oportunidades, Salles ficou apenas 25 minutos na reserva, tirou algumas fotos para propaganda e foi embora correndo. Se não havia descontentamento das famílias, por que ficou tão pouco? E como ouviu as reclamações? Fica evidente a farsa do ministro fujão e a tentativa de justificar sua política de destruição das unidades de conservação e da entrega do patrimônio ambiental para as grandes capitalistas.
A política neoliberal do Novo é inimiga dos camponeses, seringueiros, extrativistas, pois esses lutaram, outrora, com suas vidas para conquistar sua terra. Salles está devastando a Amazônia, sendo denunciado diariamente neste jornal e agora, como é expulso por onde passa, é obrigado a fazer uma campanha de “marketing de maratona”: chega ao local escoltado, tira fotos, ameaças os assentados, sai correndo e posta no Insta.