Com o anúncio nesta sexta-feira de que o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), entrou em quadro irreversível durante sua internação no hospital Sírio-Libanês, seu vice, Ricardo Nunes, assumiu o poder na principal cidade do país. Nunes já deu declarações de que continuar trabalhando seria a melhor “homenagem” possível a Covas, agindo como se já tivesse enterrado o seu “companheiro”.
Inicialmente, o vice-prefeito da cidade já havia assumido temporariamente o comando nas ausências de Bruno Covas. Ao menos desde o dia 2 de maio, quando a saúde do então prefeito se deteriorou, Nunes assumiu pela últimas vez o posto de “prefeito interino”, levando a frente a política tucana em São Paulo. Agora, com a situação da saúde de Covas tornando-se irreversível, Nunes assumirá de vez o posto de principal figura responsável a dar continuidade a política da máfia tucana da capital do estado.
Ricardo Nunes, do MDB, está longe de representar qualquer novidade no comando da cidade. Com 53 anos de idade, ele é empresário e já foi vereador em São Paulo entre 2012 a 2018, antes de se tornar vice de Covas. Além disso, ficou conhecido por sua forte ligação com a Igreja Católica, e, é claro, com os grandes capitalistas.
Nunes também ficou conhecido por denúncias de violência doméstica, divulgadas inclusive pela própria imprensa burguesa, e principalmente por estar diretamente ligado à famosa “máfia das creches”, que foi responsável por divulgar recursos, inclusive destinados a alimentações de crianças, durante os governos do PSDB.
Como um bom oportunista, o vice-prefeito também ganhou notoriedade por sua campanha muito próxima a realizada pelo próprio Jair Bolsonaro, que hoje o governo de São Paulo busca demagogicamente se desvincular. Uma das principais campanhas, ligadas principalmente à Igreja Católica, foi a campanha ativa contra temas que envolviam sexualidade e gênero nas escolas de São Paulo. Sua posição assim também esteve sempre muito ligada a própria campanha fascista do “Escola sem Partido”.
Ricardo Nunes também foi da base apoiadora do governo tucano de Doria e Covas, e um dos vereadores de destaque da campanha golpista contra Dilma Rousseff em 2016. Nunes, vem subindo degraus dentro da máquina da burguesia na cidade de São Paulo, e mesmo com a diferença de legenda, nada mais é que um novo tucano no comando da cidade.
Segundo suas próprias palavras, Nunes irá “continuar o legado de Covas”. Ou seja, irá continuar o legado do PSDB na cidade de São Paulo, de massacre e repressão contra os trabalhadores. Em meio à pandemia, a continuidade do governo tucano apenas aponta para a continuação da política de genocídio contra o povo. Seja no terreno municipal ou estadual, a direita em São Paulo organizou uma grande campanha de marketing em torno da vacinação da população, uma campanha que se demonstrou uma total mentira, na prática nunca houve vacina suficiente para a população de São Paulo, e o genocídio na pandemia prosseguiu a todo vapor.
Enquanto o genocídio pela pandemia prossegue nas mãos da direita paulistas, a repressão contra população aumenta paralelamente. O governo Covas junto a Doria, e, é claro, com o apoio de Ricardo Nunes, foram diretamente responsáveis pela escalada de repressão em toda região. Os tucanos ficaram conhecidos por assassinar trabalhadores nas favelas, acordar moradores de ruas com jatos de água fria, e o governo Covas por colocar pedras pontiagudas em baixo dos viadutos, impedindo que os moradores de rua ali se abrigassem.
Dessa maneira, a política totalmente fascista da prefeitura de São Paulo não irá mudar um único milímetro. Esse caso mostra a importância de se lutar contra todo regime golpista. Exigir o Fora Bolsonaro e todos os golpistas, ou seja, a dissolução de todo regime tornou-se uma questão de sobrevivência para todos os trabalhadores. Bolsodoria, Covas, e agora, Ricardo Nunes, seguem a mesma política genocida, que poderá ser barrada apenas pela mobilização popular.
Os tucanos nada têm de “científicos” e “democráticos”, como uma parte da esquerda pequeno-burguesa, apoiadora da frente ampla com os golpistas, tenta se convencer. A única saída, é uma frente de luta com a classe trabalhadora, levando a frente seu próprio programa contra toda burguesia golpista.
Ricardo Nunes é assim mais um golpista a ser derrubado pela mobilização popular. A classe trabalhadora de São Paulo não suporta mais ser esmagada pela máfia tucana que domina todo o estado. É necessário continuar a mobilização impulsionada sobretudo pelo ato nacional de 1º de maio, realizado em São Paulo, e ampliar ainda mais as manifestações, exigindo vacina, auxilio e a derrubada de todos os golpistas.