Guilherme Boulos e Luiza Erundina têm divulgado em vídeos, artigos e entrevistas o termo “revolução solidária” como uma espécie de mote de campanha eleitoral. Vale lembrar, os dois são pré-candidatos à prefeitura e vice-prefeitura de São Paulo pelo PSOL respectivamente. Em abril, a golpista Folha de S. Paulo deu espaço na sua página de opinião “Tendências e Debates” a artigo assinado pelos dois justamente com o título “Por uma revolução solidária”.
No artigo, publicado em 10 de abril, no início da pandemia, os dois candidatos do PSOL fazem um discurso sobre a situação do País, que de fato é catastrófica, e concluem que “o momento exige uma revolução solidária. As tragédias têm o poder de nos colocar diante de nossas escolhas como sociedade. Se o que vemos é apenas o horror do ‘cada um por si’ e da falta de empatia, talvez seja uma grande oportunidade para rever nossos caminhos.”
“Que essa crise possa ao menos deixar o legado de novos valores. O legado solidário que reoriente profundamente a forma como organizamos nossa sociedade”, conclui o artigo.
O que significa ser “solidário”? Boulos e Erundina não explicam, as palavras bonitas dizem por si só. Mas será que ser “solidário” significa conviver com a extrema-direita fascista? Ser solidários significa defender um política social determinada ou é uma ideia que visa tocar o coração das pessoas.
Nada além de palavras vazias. As palavras dos pré-candidatos do PSOL são emotivas mas não significam nada, além da mais rasteira demagogia eleitoral do maior mau gosto e muito piegas.
A campanha eleitoral já começou para Boulos e Erundina e os seus concorrentes dentro do PSOL que fiquem atentos, pelo espaço na Folha de S. Paulo que divulgou sua “Revolução Solidária” para que a imprensa golpista e a burguesia já escolheram a sua chapa preferida dentro do PSOL.
A chapa Boulos-Erundina merece uma consideração especial. Trata-se da junção de um setor bastante direitista do PSOL, representado pela ex-prefeita de São Paulo, egressa do PSB, partido burguês com um setor que procura se apresentar como grande líder radical das massas, que é Guilherme Boulos. Na realidade, a própria chapa por si só desmascara a alcunha que Boulos tenta fazer de si mesmo.
A “revolução solidária” não é apenas propaganda eleitoral. É uma política de tipo reformista, que procura substituir a ideia da luta de classes por conceitos morais e abstratos. Mais precisamente, seria um reformismo sem reformas, já que se trata justamente de uma política que não propõe nenhuma reforma social concreta, mas apenas uma mudança na mentalidade e no sentimento das pessoas.
Tal política direitista está em consonância com a defesa de Boulos da frente ampla com setores da direita golpista e o uso do amarelo, que a mesma Folha lançou como campanha pela democracia. Com Fernando Henrique Cardoso e Cia não dá para sequer defender reformas sociais. Fiquemos na pura demagogia eleitoral com direito a propaganda na Folha. Sem luta contra Bolsonaro e os golpistas, sem mobilização. Sejamos solidários com todos!