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Um time reacionário

As mulheres do imperialismo

O imperialismo promove personalidades para maquiar a destruição que promove ao redor do mundo

O imperialismo é a etapa final propriamente do capitalismo, por isso mesmo, de crises constantes. É natural que nesse período de crise apareçam movimentos que de alguma forma contestam, de uma forma ou de outra, o sistema vigente. Como maneira de neutralizar o aparecimento de movimentos verdadeiramente revolucionários, o imperialismo promove determinadas personalidades ou organizações com a função de produzir determinada confusão, canalizando essa tendência de luta para ideologias vendidas como progressistas, mas que são reacionárias, ou para políticas inócuas.

Com a demagogia identitária atual, o imperialismo elegeu algumas personagens femininas como grandes exemplos de ativismo. A seguir, uma lista com algumas das figuras utilizadas pelo imperialismo para desestabilizar governos e cooptar parte da esquerda.

Greta Thumberg

Greta durante protesto do movimento Fridays for future, em Turim, na Itália. Foto: Guglielmo Mangiapane/ Reuters

Greta Tintin Eleonora Ernman Thunberg, é a face ambientalista do imperialismo e sua campanha de usar a figura feminina para fazer demagogia. Greta é sueca e jovem, sua figura começou a ter mais visibilidade em agosto de 2018, quando começou a fazer greves da escola às sexta-feiras para protestar em frente ao parlamento sueco (Riksdag), sede do poder legislativo no país. 

Segundo a história, sua atuação começou a ser seguida por jovens que também passaram a matar as aulas nas sextas-feiras e protestar em frente ao parlamento por mais zelo nas questões climáticas, em especial pela questão da emissão excessiva de dióxido de carbono. Esse movimento foi apelidado de Fridays for Future (sextas-feiras pelo futuro) ou Jovens pelo Clima e começou a receber apoio de algumas organizações como Scientists for Future, Parents for Future e Entrepreneurs for Future (Empreendedores pelo Futuro). Essa última talvez seja o melhor indicativo do caráter conservador da organização. A principal mobilização levantada por este movimento foi manobrada para coincidir com as eleições dos parlamentares, o que também demonstra o caráter controlado do movimento e sua submissão à burocracia da política sueca.

Não se trata aqui de saber se os primeiro passos do movimento desses jovens foi espontâneo. Há possibilidade que seja. Mas o problema principal aqui é que o discurso ambientalista é usado pela burguesia de forma oportunista para manobrar a situação e neutralizar uma mobilização política mais contundente ou mesmo criar oportunidades do imperialismo interferir em nações como o próprio Brasil.

Tomemos como exemplo a situação na Amazônia. É ampla a campanha de que “a Amazônia é patrimônio da humanidade”, esse pretexto serve para criar um clima político que favoreça uma intervenção incisiva do imperialismo como Macron já sugeriu em 2019,quando propôs criar um estatuto internacional para proteger a Amazônia. A intenção real do menino dos Rothschild, é criar pretextos polidos para interferir na política brasileira, ganhando o apoio de parte da esquerda desavisada que compra seu discurso “científico e razoável”.

No mesmo dia em que Macron levantou essa bola, foi ofertado ao Brasil pelo G7 (o clube das principais nações imperialistas) uma quantia de US$ 20 milhões para combater os incêndios na floresta, que estavam em alta no momento devido em grande parte à política predatória dos latifundiários, grandes madeireiras e outros empreendimentos capitalistas com o apoio de Jair Bolsonaro. 

Uma doação em menor escala foi feita por Greta em 2019, quando doou 100 mil euros (cerca de 600.000 reais) para ajudar a combater o coronavírus na região amazônica. Talvez ao leitor desavisado essa notícia possa parecer positiva, no entanto esse quid pro quo da burguesia tem um retorno caro. 

O apoio de setores da política nacional neste tipo de ação dá margem a um processo de violenta desapropriação dos recursos naturais brasileiros. É só tomar como exemplo a situação no Oriente Médio onde a campanha anti árabe é intensa. Vinte anos de ocupação norte-americana sobre o território, sob o pretexto de levar a “civilização e a democracia” não melhoraram a situação do povo, pelo contrário.

Malala Yousafzai 

Malala Yousafzai, depois de Greta, é atualmente uma das mais conhecidas dentre as mulheres do imperialismo, o foco de sua figura se dá em torno da questão da educação e do acesso das mulheres à escola. Malala, no Paquistão, viveu o contexto da invasão norte-americana no Afeganistão, seu país vizinho, que foi invadido em 2001 após o ataque às Torres Gêmeas. 

Em 2009, o Oriente Médio se encontrava em constante conflito entre americanos e diversas facções árabes. Algumas delas apoiadas pelos EUA durante a guerra com a União Soviética, como no caso do Talibã. 

Malala nesse momento escreve à emissora britânica BBC um diário onde descreve seu cotidiano e a ocupação das forças do Talibã, atacando a organização árabe. Pouco tempo depois, o jornal The New York Times realiza um documentário sobre sua vida e a popularidade de Malala sobe consideravelmente. 

Nesta maré de ter se tornado uma figura escolhida pelo imperialismo, ocorre um segundo episódio que levanta ainda mais a popularidade de Malala: em 2012, enquanto estava em um ônibus, ela foi alvejada com três tiros por um homem do Talibã paquistanês. Segundo o relato, ele teria entrado no ônibus onde estava, chamou seu nome e efetuou os disparos.

Este evento foi usado pela imprensa imperialista como munição para atacar os árabes nacionalistas e impulsionar a ocupação do Oriente Médio. O que é ocultado aqui é que a organização paquistanesa, apesar de ser chamada de Talibã pouco tem a ver com os afegãos que expulsaram os norte americanos de seu território recentemente.

Malala seguiu sua carreira como mulher do imperialismo ao longo dos anos sendo lançada pela revista Times como uma das 100 mulheres mais influentes do mundo e tendo ganhado o prêmio Nobel da Paz em 2014. 

O ataque ao nacionalismo árabe é por sí só um ataque contra as mulheres e a educação do Paquistão e todo o Oriente Médio. A situação de miséria e precariedade é fruto da intervenção norte-americana que há anos bombardeia o território e alicia organizações internas com o objetivo político de dominar a região.

Tábata Amaral (à direita), Malala (meio) e Adriana Carranca (Direta) participam de evento sobre inclusão educacional organizado pelo Itaú.

María Corina Machado

Maria Corina, uma versão mais antiga e feminina de Juan Guiadó, tem uma atuação mais direta e agressiva do que Greta e Malala. Sua carreira se direciona à desestabilização interna de seu próprio país.

Maria fez parte da Assembleia Nacional da Venezuela, órgão legislativo do país. Foi a mulher a encabeçar a campanha imperialista contra o governo de Hugo Chávez do início dos anos 2000. Sua aparição foi mais incisiva até 2014, quando teve seu cargo cassado pelo governo.

Sua primeira linha de atuação começou em 2002, no ano do golpe contra Chavez, quando fundou uma ONG chamada Súmate (“Junte-se a nós” ou “Some-se”), amplamente conhecida por seu caráter golpista e pró norte-americano. Sua ONG recebeu fundos diretamente da National Endowment for Democracy (NED), organização fundada, entre outras pessoas, pelo ex-presidente norte-americano Ronald Reagan com sede em Washington, que tinha como propósito levar a democracia a nações estrangeiras. A mesma organização que financia o russo Alexei Nalvany, oposicionista “anticorrupção” ao governo de Putin.

Corina, apesar de declarar que “não se tratava de direita e esquerda, ricos ou pobres” e usar o bordão de apartidária foi a favor da intervenção estrangeira na Venezuela para derrubar Maduro e liderou protestos violentos em 2014 contra o mesmo governo, que contou com a participação de um pequeno grupo de 27 soldados que tentaram tomar o palácio Miraflores.

Ainda no ano de 2014, na ocasião de sua cassação, quando saiu um pouco de cena, Maria participou de uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) no Panamá, para falar sobre a situação venezuelana. A Assembleia Nacional cassou então seu mandato. Atualmente Maria Corina lidera o partido de extrema-direita Vente Venezuela.

Maria durante um discurso em Caracas no dia 26 de março Foto: REUTERS/Jorge Silva

Yoani Maria Sánchez Cordero 

Yoani junto de Jair Bolsonaro e Ronaldo Caiado, no Congresso Nacional. 

Yoani Sanchez é uma cubana que ataca o governo de seu país sob a bandeira da liberdade de expressão e acusa Cuba de censura e violação dos direitos humanos. Yoani dirige suas críticas exclusivamente o regime cubano 

Ficou mais conhecida por volta de 2007 com seu blog “geração Y”, o qual a imprensa capitalista recebeu entusiasticamente. Chegou a ganhar o Prêmio de Jornalismo Ortega e Gasset do jornal imperialista EL País, que é um dos principais jornais a atacar o regime chavista e encorajar incursões imperialistas na Venezuela. Apesar de ter sido noticiado que não recebeu o seu prêmio, que consiste no valor de 15 mil euros, Yoani realizou diversas turnês pelo mundo atacando o regime cubano e defendendo o restabelecimento do capitalismo. O prêmio outorgado pelo El País, inclusive, era concedido normalmente a escritores com trajetos muito mais extensos e carreiras mais estabelecidas que Yoani, o que evidencia sua nomeação como uma escolha de propaganda política contra Cuba.

Diversos prêmios e condecorações do tipo foram concedidos a Yoani por instituições de mesmo caráter, sempre com recompensas financeiras substanciais. Essa é uma forma envernizada da imprensa corporativa financiar figuras oportunistas que atacam governos de esquerda.

Sviatlana Heorhiyeuna Tsikhanouskaya

Sviatlana recebendo o poio do primeiro ministro do Reino Unido: Boris Johnson.

Sviatlana é líder do MDB bielorrússo, o Movimento Democrático Bielorrússo, tão direitista quanto seu parente brasileiro de mesma sigla. A golpista eslava concorreu como oposição às eleições presidenciais contra Aleksandr Grigorievitch Lukashenko em agosto de 2020, tendo recebido pouco mais de 10% dos votos. A campanha contra o ex-líder soviético bradava que este era um terrível ditador, que iria transformar seu país em uma Coreia do Norte e demandou ferrenhamente que a União Europeia promovesse sanções a seu próprio país a fim de derrubar seu opositor. De fato, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, declarou no dia 19/08/20 que a União Europeia não reconhecia mais Lukashenko como presidente.

Mesmo tendo perdido as eleições e com muita baixa popularidade, convocou diversos atos e tentativas de sabotagem ao recém eleito governo, tudo com o apoio do imperialismo. Procurou chamar uma greve geral que segundo suas palavras: “colocaria fim ao regime de Alexander Lukashenko”, o que também fracassou.

Recebeu o prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento que constitui um valor de 50.000 euros, o mesmo prêmio concedido à Malala Yousafzai

Mesmo exilada na Lituânia desde agosto, Sviatlana demanda que se negue ajuda financeira à Minsk, capital do país. Pediu que se abolisse a entrada de produtos bielorrussos na Europa e que se impusesse uma proibição à importação de de barris de produtos petrolíferos de seu próprio país.

Sviatlana representa a frente imperialista anti rússia, se usando de bandeiras demagógicas como “direitos humanos” sendo que defende o embargo econômico à seu próprio país. É ignorado pelo monopólio da mídia, mas a política de qual se faz serviçal, do imperialismo, provoca o pior nível de destruição da condição de vida de seu povo, seguramente, um contingente gigantesco de mulheres vive em condições terríveis graças aos boicotes que Sviatlana defende ferrenhamente.

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