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O pecado dos outros

Reverendo prefere estupro de crianças a direito ao aborto

“Não estamos a falar de outra questão moral, onde alguns podem fazer uma comparação entre a pedofilia e o aborto. A pedofilia não mata ninguém é isso sim"

Na semana passada, o reverendo americano Richard Bucci de Rhode Island, fez uma declaração em uma entrevista comparando a pedofilia ao aborto. As palavras do Padre, quando questionado sobre os diversos casos de pedofilia envolvendo membros da Igreja, remetem à conclusão de que o aborto seria uma crime muito pior. “Não estamos a falar de outra questão moral, onde alguns podem fazer uma comparação entre a pedofilia e o aborto. A pedofilia não mata ninguém e isso sim”.

O padre já tinha sido notícia segundo The Guardian, ao divulgar uma lista de 44 personalidades públicas banidas de sua igreja por condutas por ele reprovadas. Algumas por apenas terem se manifestado à favor da Lei da Privacidade Reprodutiva que faz com que o Estado não tenha uma palavra a dizer na decisão da mulher grávida levar adiante ou não uma gestação, já que em alguns estados dos EUA, o aborto constitui-se em prática legal.

O reacionarismo e hipocrisia do reverendo revela o pensamento e conduta da igreja que se empenha avidamente em criminalizar a prática do aborto , enquanto protege e oculta os inúmeros casos de pedofilia dentro de seminários e paróquias diversas vezes denunciados mundo à fora.

Em meados de 2019, a promotoria da Pensilvânia nos EUA denunciou abusos sexuais proferidos contra pelo menos 1000 crianças, por mais de 300 padres chamados por esta de “predadores”, e mais grave ainda, o encobrimento dos casos por parte da igreja.

O papa Francisco, em 2018, defendeu o bispo Juan Barros, acusado de encobrir durante décadas o padre Fernando Karadima, condenado por abusos sexuais a menores nos anos 1980 e 1990. A repercussão negativa levou à convocação em bloco dos bispos chilenos ao Vaticano que acabaram por renunciar aos cargos eclesiásticos , porém o Papa aceitou a renúncia de apenas alguns destes.

As vistas grossas quanto ao abuso e violência sexual dentro da igreja já tornou-se tema de filmes premiados como o “Grâce à Dieu” (graças a Deus), do diretor francês François Ozon, Grande Prêmio do Juri no último Festival de Berlim. O filme conta a história do cardeal Philippe Barbarin e cinco ex-membros da diocese de Lyon, acusados de não ter denunciado os abusos sexuais a 70 menores escoteiros pelo sacerdote Bernard Preynat entre 1986 e 1991.

Estes são apenas poucos exemplos da cumplicidade da igreja com os crimes sexuais de seus membros. Ao proferir tal declaração diminuindo a gravidade e as consequências da pedofilia dentro ou fora da igreja, menospreza o padre o fato de que tanto a violência sexual como o assédio, são devastadores para qualquer pessoa, principalmente em se tratando de crianças e jovens colocados ao cuidados de adultos que, valendo-se de sua superioridade em força física e “moral”, violam sucessivas vezes aqueles à quem deveriam cuidar, orientar e proteger. Esquecem estes defensores da vida, que estão diante de seres que pensam, que tem sentimentos e que carregarão pelo restos de suas vidas as marcas psicológicas da violência sofrida.

A mesma igreja que defende a vida em formação, que condena e excomunga a mulher que, seja por qualquer motivo, decida interromper uma gestação indesejada, que condena os métodos contraceptivos, protege e oculta os violadores.

Age como a classe dominante, que de fato o é, intimamente associada e cúmplice da opressão ao povo, escondendo os verdadeiros criminosos sob as batinas e atrás dos altares ricamente adornados pela exploração de seus seguidores.

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