A entrevista feita pela COTV com o ex-presidente de Honduras, Manuel Zelaya, evidenciou o prestígio adquirido pelo Partido da Causa Operária ao longo dos últimos anos. Seguramente, a COTV é atualmente um dos principais veículos de comunicação da esquerda brasileira.
Onze anos após a cobertura do golpe militar que removeu do poder Zelaya, a COTV entrevistou o ex-chefe de Estado que destacou o aprendizado que teve com o golpe sofrido, falou sobre Lula e a situação latino-americana, bem como da opressão imperialista sobre o continente, entre outros assuntos.
Atualmente, a COTV possui transmissão 24h por dia, com programas internacionais aonde participam correspondentes e comentaristas de vários países ao redor do mundo, como Cuba, EUA, Europa, África, Japão e Austrália.
Na entrevista concedida em setembro, Zelaya afirmou haver um “plano Colômbia” para Honduras, com “morte, esquadrões da morte” e “grupos paramilitares”. O golpe de 2009 marcou a retomada de uma ofensiva do imperialismo sobre os governos nacionalistas dos países latino-americanos. Um ataque direto aos trabalhadores do continente. Segundo Zelaya, o estabelecimento de uma ditadura que se seguiu ao golpe foi “organizada pelos Estados Unidos, apoiada pela Europa e sustentada pelos militares”.
Uma lição importante para a esquerda eleitoreira foi dada por Manuel Zelaya quando declarou que as eleições não são suficientes para contrapor os métodos violentos da direita e do imperialismo contra os países atrasados do continente. As ameaças de guerra contra Cuba e Venezuela, bem como os embargos econômicos são um exemplo da tática usada pelo imperialismo de terror, medo e ataque contra a população.
Zelaya lembrou toda a fraude e manipulação que tiraram o presidente Lula das eleições em 2018 e garantiram que Bolsonaro vencesse a disputa pelo governo nacional.
O ex-presidente hondurenho também afirmou que o imperialismo não utiliza de formalismos genéricos que, inclusive, são criados pela própria burguesia. Ele jogam sujo. A prova desse método imperialista de agir está nos golpes de estado do qual lançaram mão em toda a América Latina. Portanto, as eleições devem ser usadas pela esquerda não como um fim em si mesmas, mas como mais uma ferramenta de luta dos trabalhadores.
Sobre a forma correta de lutar, Zelaya lembrou bem que a mobilização popular se mostra o principal instrumento da população pela luta por direitos democráticos e por interesses da classe trabalhadora. Zelaya lembrou da necessidade de se organizar a população, preparar os trabalhadores para enfrentar as ameaças de um sistema capitalista decadente que esfola a população de países atrasados sem piedade.
Também foi dito pelo ex-presidente que os governos são formados para servirem ao capital e não ao povo. Manuel Zelaya disse que Honduras devia 3 bilhões de dólares à época da sua expulsão do País pelos militares e seu envio à Costa Rica. Recentemente a dívida já estava em 14 bilhões de dólares, ou seja, a dependência do país pelo estrangeiro aumentou como resultado do golpe imperialista.
A entrevista completa pode ser revista logo abaixo: