Henrique Áreas
O Partido da Causa Operária organiza há quase duas décadas uma festa de Réveillon. Uma festa que pretende unir a militância, os simpatizantes, amigos e familiares em torno de uma atividade que seja uma alternativa às pressões ultraconservadoras que aumentam no final de ano. É uma confraternização de todos aqueles que lutaram juntos no ano que passou e que serão os companheiros de luta no ano que está começando.
Embora seja uma festa de esquerda, o Réveillon Vermelho do PCO está muito longe de ser uma festa “esquerdista” no sentido comum do termo. Na realidade, é uma festa que remete às antigas confraternizações que os grandes partidos operários organizavem em suas fileiras. Uma atividade para os militantes revolucionários e os trabalhadores em geral com tudo o que eles merecem.
Nesse sentido, o Réveillon do PCO sempre primou por uma atração cultural de altíssima qualidade. Durante alguns anos, a banda Raíces de América, uma das principais expoentes da música latino-americana no Brasil, se apresentou no Réveillon, mostrando seu repertório de canções políticas de nosso continente.
Esse ano, alguns dos membros de Raíces de América estarão de volta aos palcos do Réveillon Vermelho. Dessa vez a grupo Sendero (que também já se apresentou no Réveillon do PCO), composto por alguns dos membros do Raíces vai se juntar à renomada cantora Mírian Mirah (atual vocalista do Raíces de América) para apresentar uma obra prima da música latino-americana, a Cantata de Santa Maria de Iquique. Composta pelo compositor chileno, Luis Advis, no final da década de 60, essa opereta conta a história do massacre de mesmo nome, ocorrido na cidade de Iquique no norte do Chile em 1907. A Cantata foi apresentada principalmente pelo tradicional grupo chileno Quilapayún.
A Cantata pode ser colocada entre as principais obras musicais da chamada Nova Canção, movimento artístico e musical que colocou o Brasil (a chamada MPB), a Argentina, Cuba, Chile e toda a América Latina como a vanguarda da música internacional.
Apenas pela Cantata já valeria mais do que a pena participar do Réveillon Vermelho. É bom lembrar ainda que a Cantata foi poucas raras vezes apresentada no Brasil.
Mas a noite musical e cultural do Réveillon Vermelho conta com mais atrações. Logo no início da noite a banda Revolução Permanente, formada por militantes do PCO, se apresenta com canções políticas brasileiras e versões de canções internacionais além de um repertório com composições próprias. A apresentação da banda Revolução Permanente guarda uma novidade: será apresentada uma versão musicada do espetacular poema de Vinícius de Moraes “Operário em Construção”.
E enquanto os convidados se divertem com uma ceia farta, bebida à voltade, show de fogos e o brinde de final de ano do companheiro Rui Costa Pimenta, logo após a meia-noite a banda Mayombe vai embalar a festa até o último convidado sair pela porta. O grupo tem no seu repertório uma ótima seleção de música dançante que vai até clássicos da música cubana e latina até a música brasileira. Quem não conhece o grupo Mayombe, vale a pena conhecer e aprecia-los no Réveillon Vermelho do PCO.
Fica o convite para todos os interessados! Apenas pela qualidade das atrações culturais, a festa de Réveillon do PCO é imperdível.