Um importante debate sobre as perspectivas da situação política e, principalmente, sobre como dar sequência à luta pela liberdade plena do ex-presidente Lula, com a anulação dos processos fraudulentos contra ele fabricados pela direita golpista sob a liderança do ex-juiz fascista e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, esses foram os destaques da Reunião Nacional da Campanha Lula Livre, realizada no último dia 18, na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Paulo.
Participaram do encontro mais de 100 companheiros, em sua maioria dirigentes de organizações nacionais que integram o Comitê Nacional Lula Livre, como os partidos – PT, PCdoB, PCO e PSOL -, entidades nacionais dos trabalhadores e estudantes – CUT, UNE, MST, CMP etc. – além de representantes de Comitês Estaduais e Municipais de, pelo menos 13 Estados, mesmo com a reunião ter sido convocada com um caráter mais restrito e sem ampla divulgação.
Pela primeira vez depois de sua soltura (de caráter provisório), o ex-presidente Lula agradeceu às entidades que se mobilizaram pela sua liberdade afirmando que sua “primeiras palavras são de agradecimento. Não sei se tudo que fizer daqui para frente paga o que vocês fizeram pela democracia e pela minha liberdade”.
Lula atacou a lava jato, afirmando que ela “é uma operação de destruição do país, da democracia e do povo que está de volta ao desemprego e à miséria” e que “está coberta até o pescoço de compromisso com o Departamento de Defesa dos EUA”.
Os demais integrantes da primeira mesa, falaram de aspectos setoriais da conjuntura. O ex-juiz e governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), falou da situação no Judiciário, fazendo uma autocrítica de posições da esquerda que reforçar o poder do MP e do judiciário golpista a partir das manifestações de 2013 e apontando a necessidade de reverter essa situação.
O ex-ministro da Comunicação Social do governo Lula, Franklin Martins, falou da tentativa da direita de “centralizar” Bolsonaro e da experiência no setor durante dos governos do PT, afirmando que “nosso erro foi ter achado que as elites brasileiras são republicanas, mas elas continuam sendo casa-grande e com enorme medo da senzala.
O ex-deputado e ex-presidente do PT, José Genoíno, tratou da questão da segurança, falando da tutela que as Forças Armadas exercer sobre o Estado.
Com o vice-presidente da CUT, Vagner Freitas, que presidiu a Central nos anos de luta contra o golpe e na campanha pela liberdade de Lula, tendo aberto os trabalhos, coube companheira Anatalina Lourenço, secretária de Combate ao Racismo da CUT, representar a entidade na mesa inicial e destacar a posição adotada no Congresso da entidade a favor da derrubada do governo Bolsonaro.
No começo da parte da tarde, os representantes dos partidos políticos usaram da palavra para destacar aspectos da conjuntura e apresentar propostas para a continuidade do movimento, depois que o dirigente nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, ter enfatizado o acordo geral em torno da continuidade da campanha pela liberdade do ex-presidente, que não está garantida pela sua soltura atual e que continua sendo uma questão central da atual etapa politica, como parte da luta pelos direitos políticos de todo o povo brasileiro.
O companheiro Antônio Carlos Silva (foto), da direção nacional do PCO, abriu a intervenção dos partidos, destacando a necessidade de não adotar a política da direita de buscar centralizar Bolsonaro ou de esperar pelas eleições 2020; que os trabalhadores do campo e da cidade não podem esperar por eleições controladas pela direita e que era preciso oàcolcoar na ruas, ja no carnaval e com um ampla mobilização a luta pelo fora Bolsonaro, única forma de garantir a liberdade e os direitos políticos de Lula e de todo o povo brasileiro. O PCO defendeu a realização de um Encontro Nacional amplo, com representantes das centenas de Comitês que foram a base real e efetiva da mobilização em favor da liberdade de Lula para impulsionar a continuidade da luta e propôs que se adote uma posição para impedir que as eleições divida o movimento de luta, adotando-se uma posição contra o apoio a candidatos golpistas, que apoiaram a derrubada da presidenta Dilma Rousseff, que votaram pela retirada de direitos dos trabalhadores e apoiara a lava jato e a prisão de Lula, defendendo a unidade da esquerda para lutar.
Falaram na sequência representando o PT, a deputada e presidente do partido, Gleise Hoffman, agradeceu o emprenho dos demais partidos e movimentos na luta pela liberdade de Lula e reafirmou a importância da continuidade da campanha Lula Livre como parte da luta pela defesa dos direitos de todo o povo brasileiro; Liège Rocha, do PCdoB, também reforçou a importância da campanha Lula Livre e, pelo PSOL, Valério Arcary, que deu continuidade à sequência de ataques que setores da esquerda vem fazendo contra o PT e Lula, afirmando que é “preciso reconhecer que o PT j’ã não decide as coisa sozinho” e que, “diplomaticamente”, era preciso considerar o problema da reciprocidade no terreno das eleições, ao se referir ao fato de que os partidos apóiam Lula, mas precisa ver quem Lula vai apoiar nas eleições.
Representante do PT na coordenação do Comitê e membro de sua Executiva Nacional , o companheiro Renato Simões, apresentou a proposta da realização de um Encontro Nacional de Lula com os Comitês de todo o País, a ser realizada ainda no primeiro semestre.
Em mais de 20 intervenções, representantes de comitês estaduais e municipais, apresentaram propostas para impulsionar a mobilização desde a publicação de materiais, reforço do trabalho nas redes sociais, penarias estaduais, atividades no carnaval etc. que foram encaminhadas para a Executiva Nacional unifica em um plano geral de trabalho.