A despeito do fato de a pandemia de COVID-19 nunca ter sido reduzida, na verdade até alimentada pelos prefeitos, governadores e presidente ilegítimos, seja por palavras ou pelas suas medidas. O prefeito teocrata do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, recentemente anunciou o retorno das partidas de futebol pelo campeonato brasileiro na cidade, iniciando-se pela partida entre Flamengo e Atletico Paranaense.
A medida gera questionamentos desde o princípio, afinal mesmo com a farsa da suposta redução de casos é óbitos por COVID-19, curiosamente Crivella em momento algum adotou medidas efetivas para a prevenção da população fluminense, na verdade até se destacou por ter feito vista grossa às aglomerações nos transportes públicos, em razão da redução das frotas de ônibus e BRT. Crivella, com essa medida, ainda gerou denúncias de favorecimento em razão de ter liberado apenas o Maracanã, estádio onde o Flamengo manda seus jogos, ao passo que Engenhão e São Januário, estádios do Botafogo e Vasco respectivamente, ainda não têm data prevista para o retorno.
Sendo assim argumenta-se que Crivella age em razão de a atual diretoria do Flamengo ser, assim como ele, bajuladora do ilegítimo presidente da república. Nessa mesma toada, o Corinthians também alega que tal medida seja injusta, afinal o campeonato não é estadual é nacional, logo essa mudança não pode se dar em apenas um estado ou cidade, mas teria que ser em todo o país.
O retorno dos torcedores aos estádios é uma discussão que nem ao menos devia ter chegado nesse momento. Não havia e ainda não há condições sanitárias para funcionários, técnicos e jogadores voltarem ao trabalho. Sabendo-se da influência cultural que o futebol exerce sobre o trabalhador, a burguesia tenta vender a narrativa de que tudo já voltou ao normal e que os trabalhadores não têm motivos para ser preocuparem com sua saúde ao irem ao trabalho.
É evidente que a massa operária não cai nessa conversa, pois sabe que está sendo jogada à sua própria sorte, é um dilema que a burguesia impôs entre morrer de fome ou morrer de COVID-19. No entanto, algumas categorias, mesmo trabalhando pesadamente em home office, como professores, se recusa a retornar às escolas e universidades em razão do evidente risco.
Por fim, o retorno das partidas de futebol que Crivella propõe carrega um prenúncio de “normalidade” que os capitalistas esperam no futebol, colocar 1/3 da capacidade do público nos estádios tende a encarecer os ingressos e restringir a entrada de trabalhadores nos estádios, afinal é de longa data o projeto de elitização das arquibancadas. Curiosamente essa regra de 1/3 da capacidade como medida de prevenção não se aplica nos transporte público do Rio de Janeiro e demais grandes cidades.