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Neste sábado

Rui fala sobre a farsa da vacinação na Análise Política da Semana

No programa do último sábado (10), o companheiro Rui discutiu diversos acontecimentos políticos da última semana, relacionados à pandemia e às eleições do ano que vem. Confira!

O programa “Análise Política da Semana”, o mais assistido e tradicional da Causa Operária TV foi ao ar neste sábado (10), a partir das 11:30 da manhã. Neste programa, assim como sempre ocorre, o companheiro Rui Costa Pimenta expôs os principais acontecimentos políticos nacionais e internacionais da semana, e a posição do Partido diante deles.

Como tema central da exposição, há várias questões relacionadas à pandemia, que permanece se desenvolvendo de forma descontrolada no território nacional. O acontecimento principal relacionado a isso foi a aprovação, por parte do congresso nacional, da compra de vacinas contra a Covid-19 pelas empresas privadas.

A medida não é muito discutida na imprensa capitalista. No entanto, está claro que o sentido principal dessa política é o de impor uma “segregação sanitária” dentro da sociedade brasileira. As vacinas estão escassas no mercado internacional, particularmente nos países atrasados. Quando as empresas passarem a comprar as vacinas, elas o farão em competição com o sistema de saúde público, que já apresenta uma dificuldade muito grande em vacinar uma parcela considerável da população.

É preciso ter claro que essa situação vergonhosa com relação às vacinas é apenas o funcionamento normal do capitalismo. Quando há uma crise de algum tipo, quem paga por isso são os setores pobres, enquanto os ricos não são prejudicados por ela. O mesmo vale para catástrofes, epidemias etc.

Outro fator que mostra o sentido dessa política é o fato de o congresso não operar a quebra das vacinas, não tomar medidas obrigando o poder público a promover uma vacinação em massa e não coloca em funcionamento um sistema de administração de pandemia. Apenas se preocupa em vacinar a parcela mais rica da população.

A demagogia da CPI da pandemia

Outro tema que causou grande discussão no cenário político durante essa semana foi a medida do STF de, após quase um ano e meio de pandemia, mais de 300 mil mortos e 4 mil mortos por dia, chamar uma “CPI da pandemia”.

O sentido dessa Comissão é muito claro: jogar toda a responsabilidade da pandemia nas costas de Bolsonaro e livrar a cara da direita tradicional e da burguesia. Tudo isso com um sentido eleitoral, que é acabar com a popularidade e a votação de Bolsonaro para impulsionar um candidato da direita ligado aos partidos burgueses mais tradicionais, como PSDB, DEM e outros.

Apesar desse claro caráter eleitoral, muita gente de esquerda – que aparenta viver em um mundo encantado – celebra essa CPI como se fossse uma grande medida de combate ao coronavírus, o que evidentemente não é fato. É preciso salientar que essa esquerda nunca analisa o conteúdo político de nenhuma dessas medidas, mas apenas vive acreditando na luta do “bem contra o mal”, o que os leva a erros políticos gigantescos.

Proibição dos cultos presenciais

Outra medida muito comemorada pela esquerda foi a proibição, também por parte do STF, dos cultos religiosos presenciais. Apesar de ser um exagero absurdo a afirmação dos pastores evangélicos de que isso é um atentado contra as liberdades religiosas, é preciso dizer que apoiar essa proibição é um erro político muito grande.

A medida do STF é truculenta. Poderia haver uma série de medidas para que os cultos não fossem um perigo à saúde pública (como estabelecer um distanciamento entre os participantes, uso de máscaras etc.). Além disso, há uma série de empresas que continua funcionando, exigindo que os funcionários trabalhem presencialmente, tomem transporte público e se coloquem em outras situações muito mais arriscadas do que um encontro religioso.

Nesse sentido, está claro que essa medida é apenas uma politicagem por parte do STF, que quer aparecer como o grande “lutador contra a pandemia” e passar essa impressão para o candidato que será por ele apoiado. A esquerda não deve apoiar isso de forma alguma, porque esse apoio configura um impulsionamento dessa política eleitoreira. E também não deve entrar nessa histeria contra as igrejas evangélicas, que configuram 30% ou mais da população, e particularmente, de sua camada mais pobre. A questão da religião não pode ser alvo de histerias desse tipo, mas deve ser encarada com muito cuidado pela esquerda e pelos setores classistas.

O crescimento da miséria

A crise social ocasionada pela questão econômica no país também foi tema de discussão da última Análise Política. O crescimento da miséria no país e, particularmente, o problema da fome, volta a ser um flagelo social. Isso havia sumido parcialmente com os programas sociais do PT, por mais limitados que fossem e por mais que não constituissem verdadeiramente um programa social integral, mas o fato é que agora estamos novamente diante do problema da fome.

Uma campanha que surge nesse momento e que é muito semelhante a algo que existia durante o governo de Fernando Henrique Cardoso é a de que a fome de milhões de brasileiros deve ser enfrentada com caridade. Isso é totalmente falso, o programa de combate a esse flagelo deve ser exigido do governo e, para que isso ocorra, é necessária a mobilização popular.

As eleições presidenciais

O companheiro Rui também discutiu largamente o tema das eleições presidenciais que ocorrerão no próximo ano. Toda a situação política gira em torno dessa questão. Como não há nenhuma política para o problema do poder no Brasil – como uma campanha pelo “Fora Bolsonaro”, por exemplo – toda a disputa política se dá através das eleições.

Isso é muito vantajoso para a burguesia nacional, que tem um grande controle do processo eleitoral. Apesar disso, algumas pessoas seguem falando que não se deve discutir as eleições nesse momento, mas todas as medidas que foram previamente expostas, como cpi da pandemia, proibição dos cultos e outros, estão todas relacionadas às eleições.

A manobra da burguesia nesse cenário permanece sendo a mesma: procurar qual será o candidato a ser lançado pela direita para se opor a Bolsonaro. No entanto, um setor da esquerda procura lançar a ideia de que o candidato do “centro” seria Lula, o que é estimulado, de certa forma, pela própria burguesia. No entanto, está claro que os polos do próximo processo eleitoral serão a esquerda, particularmente o PT, de um lado, e a direita, com Bolsonaro ou outro candidato mais ligado à direita tradicional, do outro.

Todos esses temas foram profundamente discutidos na última Análise Política da Semana, quem quiser acompanhar toda a elaboração do companheiro Rui sobre eles, pode assistir o programa abaixo:

Vai ter vacina... para a burguesia - Análise Política da Semana - 10/04/21

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