Os capitalistas, que durante o início da pandemia colocaram como prioridade máxima o isolamento social, agora alteram em 180 graus sua suposta política em defesa da população, fazendo campanha pela reabertura dos estabelecimentos comerciais.
Os shoppings tornam-se destaques nesse sentido. São já atualmente 58 unidades abertas por todo país, e 519 que permanecem fechados, segundo dados emitidos na sexta-feira (24/4/2020) pela Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce).
Só na segunda-feira (27), foram quatro shoppings, sendo que outros dois já haviam sido abertos no sábado.
Atualmente, são 34 cidades em nove estados diferentes que estão retomando as atividades. A Abrasce tem como estimativa até o mês de maio a reabertura da maioria, ou de todos os estabelecimentos no país.
Com a medida de isolamento, muitos tinham apenas em funcionamento as praças de alimentação. O que já deixava claro as intensões da burguesia desde o início. O povo nunca foi prioridade; pelo contrário, desde o começo as iniciativas dos grandes capitalistas giravam em torno de sustentar, no que fosse possível, todas as atividades.
Agora, no entanto, com o aprofundar da crise, a situação para as empresas e bancos passou a fazer com que a posição de aparências da burguesia, antes a “favor” do isolamento, fosse de vez modificada.
A burguesia encontra-se desesperada, e sobra para o trabalhador pagar a conta da crise, seja financeiramente, com os ataques do governo, seja fisicamente com a obrigação de muitos funcionários voltarem a trabalhar nesses estabelecimentos, e fazer com que, no ápice da pandemia, o povo seja jogado para o vírus. Isso claramente põe abaixo toda a demagogia que existia até então. Os governantes, colocados como salvadores da pátria pela burguesia, fazem questão de abrir tudo que for possível.
A população, antes objeto de uma suposta proteção de saúde, hoje é vista pela burguesia como meros escravos de seus trabalhos. Abrir os shoppings, enquanto os dados da pandemia apenas aumentam, é um verdadeiro genocídio.
É com esses capitalistas que a esquerda pequeno-burguesa deseja fazer a chamada “frente ampla”, e é contra eles que o povo deve lutar. Assim como Bolsonaro, os governantes têm a mesma política de genocídio: em primeiro lugar, sempre estará o interesse do capitalista.