No relatório final da Comissão da Verdade da USP, foi constatado que houve colaboração por meio dos reitores da universidade para a vigilância de estudantes e professores durante o período da ditadura militar. Essa vigilância, funcionava por meio de uma agência de inteligência que fazia uma espécie de inspeção ideológica para fornecer dados para os órgãos de repressão e inteligência do regime, como o DOPS e SNI (Sistema Nacional de Inteligência).
Hoje a Universidade não apresenta um cenário muito diferente desse período, tendo em vista, o que se enfrenta para ter acesso a diversos recursos dentro da Universidade. O controle ideológico ainda tem forte presença dentro das universidades, assim como na ditadura estudantes da USP eram controlados por seu posicionamento contra a ditadura, hoje muitos alunos tem dificuldades para conseguir auxílios dentro da universidade, desde para obter moradia até bolsa de pesquisa negada.
Com o golpe de Estado, as universidades tem sido as principais atingidas e consequentemente os estudantes. É evidente que o cenário que está colocado é que a situação se agrave com o avanço dos ataques golpistas. Os resultados constatados pela Comissão da Verdade da USP, demonstra no que desencadeou a ação dos reitores cúmplices do regime. Dentre os mais de 400 mortos e desaparecidos, 47 tinham ligação com a USP. Ainda que, de maneira sútil o controle ideológico persiste dentro da universidade, um exemplo muito claro disso, está no atentado contra a liberdade de cátedra da universidade ao tentar proibir a matéria que trataria do golpe de Estado de 2016.
Portanto, os estudantes, o corpo docente e todos os trabalhadores presentes na universidade, devem estar organizados diante da luta contra o golpe e a qualquer tipo de perseguição dentro da universidade. Dentro do espaço universitário foi e sempre será um campo reivindicativo e de resistência para todos que o ocupam e se colocam contra os ataques e avanço do regime golpista.