Em Manaus, somente de janeiro a outubro deste ano, a Justiça autorizou cerca de dez mandatos de reintegração de posse em áreas rurais e nos bairros de Cidade Nova, Distrito Industrial, União da Vitória, Zumbi, Tarumã, Flores Colônia Santo Antônio, tudo com participação do Gabinete de Gestão Integrada (GGI).
Segundo Caio Cesar Nunes, secretário do órgão, o GGI é um órgão colegiado que convoca reuniões deliberativas. Acaba ficando com a gente a incumbência de áreas maiores, porque exige um aparato estatal maior. Por exemplo, em reintegração de área grande, entra a Defensoria Pública; se tiver índio, entra a Funai, a Fundação Estadual do Índio, às vezes, o Ministério Público Federal, Bombeiros e o Samu”.
O secretário ainda afirmou que a maior dificuldade encontrada na reintegração de posse é resistência dos moradores do local, mas isso é algo óbvio. Se as pessoas estão ocupando, é como última medida, pois nem a moradia digna o governo dos golpistas consegue garantir, obviamente. “A gente encontra uma dificuldade para tirar as pessoas deste local porque, normalmente, são pessoas de boa fé enganadas por estelionatários, por criminosos ou organizações criminosas, que compraram esses terrenos invadidos, então elas acham que têm o direito de ficar. Aí a polícia entra nessa atuação”.
Essas reintegrações de posse servem apenas aos grandes latifundiários e fazendeiros que querem as terras para especulação agrária, a maioria delas está com documentação irregular, devendo impostos, sendo assim, ficam sem uso por muito tempo e a função social deve existir. As ocupações são fruto único e exclusivamente do descaso do Estado com a população pobre, que precisa arrumar meios de se virar para sobreviver.