Nesta quinta (02), um juiz do Tribunal Superior Comercial da Inglaterra negou o pedido feito pelo Banco Central da Venezuela (BCV) para a devolução das reservas de ouro venezuelanas que estão sob posse dos britânicos.
O Banco Central da Venezuela anunciou que vai apelar da sentença inglesa. Esta foi qualificada como “absurda e insólita”. No contexto da pandemia do Covid-19, os ingleses procuram privar o país sul-americano de recursos legítimos e necessários para enfrentar a doença. São 31 toneladas em barras de ouro que têm valor estimado de 1 bilhão de dólares (aproximadamente 5 bilhões de reais).
A sentença do Tribunal Comercial alega que os britânicos reconhecem o deputado autodeclarado presidente Juan Guaidó como presidente da República Bolivariana da Venezuela. Em resposta, o BCV disse que os britânicos desconhecem a realidade, uma vez que Londres mantém relações diplomáticas com Caracas e que o presidente eleito Nicolás Maduro é o chefe de todas as instituições administrativas de Estado. Além disso, nenhum dos membros da chamada Junta Diretiva nomeada por Guaidó vive na nação sul-americana. A continuidade das relações diplomáticas é a prova de que, de fato, os ingleses reconhecem o governo Maduro.
A negativa britânica caracteriza a situação como um verdadeiro roubo de recursos de outro país. Trata-se de uma pilhagem imperialista cometida contra o Banco Central da Venezuela e contra o povo venezuelano em seu conjunto. O objetivo é impedir o acesso aos recursos legítimos do país, que serão usados no enfrentamento à pandemia do Covid-19, dentro de um plano de golpe de Estado contra o presidente Nicolás Maduro e as forças populares.
O imperialismo britânico, proclamado ao mundo como “democrático”, não tem qualquer sensibilidade em relação aos destinos do país sul-americano, nem mesmo no contexto da pandemia do coronavírus. Os britânicos estiveram diretamente envolvidos em todas as conspirações, sabotagens e ações militares contra a Venezuela. O reconhecimento de Juan Guaidó como presidente é a expressão do golpismo imperialista, que age em conjunto com os Estados Unidos e a União Europeia para saquear a Venezuela.
O bloqueio comercial, o congelamento de ativos da empresa petroleira estatal PDVSA pelos americanos, o boicote à criptomoeda Petro, o reconhecimento de Juan Guaidó como presidente, a negativa na devolução do ouro venezuelano e os ataques à economia nacional são tentativas de debilitar o governo chavista e promover o golpe de Estado.
É necessário que a esquerda promova uma ampla campanha em defesa da Venezuela e contra a ofensiva imperialista no continente.