Em meados de janeiro deste ano, o governo do Reino Unido anunciou, à luz da acentuação da crise econômica em âmbito nacional e, de forma generalizada, mundial, um repasse de 6,2 bilhões de dólares às empresas de varejo do País.
Este anúncio veio em conjunto com mais uma medida repressiva por parte do governo: o terceiro lockdown do País. Segundo o Primeiro-Ministro, Boris Johnson, é preciso mais um “grande esforço nacional” para conter o coronavírus no País:
“As próximas semanas serão as mais difíceis, mas realmente acredito que estamos entrando na última fase da luta, porque a cada vacina em nossos braços, estamos jogando as probabilidades contra a Covid e a favor do povo britânico”, coloca o premiê britânico de forma notavelmente demagógica.
O que Johnson esqueceu de transmitir ao povo é que, quem participa desta “luta”, deste “grande esforço nacional”, são os trabalhadores, não os patrões. Afinal de contas, enquanto o povo é obrigado a ficar trancafiado dentro de suas casas sem nenhum auxílio por parte do governo, este repassa quantias bilionárias aos grandes capitalistas de forma a amenizar suas perdas em meio à crise engendrada pelo novo coronavírus.
É o modus operandi do imperialismo: quando a situação se agrava, socorrer imediatamente os capitalistas, não a população. Nesse sentido, é algo que, inclusive, vimos acontecer aos montes no ano passado, início da crise do coronavírus. Só para citar um dos casos, temos o caso de Angela Merkel, umas das principais representantes da política imperialista na União Europeia e no mundo que, às custas dos trabalhadores alemães, simplesmente cedeu 11 bilhões de euros aos patrões do País. Sem contar com a administração de Guedes, aqui no Brasil que, logo no começo da pandemia, doou R$1 trilhão aos bancos, e, novamente, nada ao povo.
Com isso, vemos que a política de Johnson é absolutamente atrelada ao imperialismo e, em todos os aspectos, continuação da política genocida que as grandes potências têm levado durante este período. Afinal de contas, o Reino Unido se aproxima cada vez mais da marca de 100.000 mortos em decorrência da doença e, mesmo assim, deixa os trabalhadores britânicos à mercê de suas próprias sortes, sem qualquer tipo de ajuda real por parte do Estado,
Nesse sentido, é imprescindível que as organizações de esquerda do Reino Unido intensifiquem ainda mais suas lutas contra as medidas imperialistas de Johnson e seus empresários. É preciso entender que a campanha de vacinação lançada pelo governo não passa de uma grande demagogia, afinal, nem mesmo 1% da população do mundo foi vacinada, número que pode ser facilmente alavancado pelos grandes capitalistas que escolhem não fazer absolutamente nada. No final das contas, a construção de um partido revolucionário é a única saída para a classe operária britânica que, neste momento, vê nas atuais lideranças de esquerda capitulação, e nada mais.