Segundo as estatísticas oficiais, mais de dez mil pessoas morreram por causa do novo coronavírus. Os números, que já são assombrosos, correspondem a um terço do que tem sido registrado em países como a Itália — mais de 30 mil óbitos — e o Reino Unido — mais de 31 mil vítimas letais — e a, pelo menos, metade do que constam nos boletins de países como a França — mais de 26 mil mortos — e a Espanha — também com mais de 26 mil perdas.
Em todos os países europeus citados, no entanto, os governos, todos eles profundamente direitistas, estão pondo fim às medidas de isolamento social, atendendo, assim, à pressão dos capitalistas. Mesmo tendo cerca de 0,05% de sua população assassinada pela pandemia, presidentes abertamente neoliberais como Emmanuel Macron decidiram atirar os trabalhadores à exposição descontrolada ao vírus. Isso acontece em um momento em que o número de mortos ainda vem aumentando em pelo menos uma centena por dia, o que mostra apenas uma diminuição no número de casos, mas nem de longe comprova alguma tendência á erradicação da doença.
Notícias divulgadas na imprensa burguesa internacional durante as últimas semanas trazem mais um dado preocupante, reforçando o argumento de que o coronavírus não está em fase de ser totalmente liquidado: a menos três países que haviam conseguido controlar a pandemia em seu território, como a Alemanha, a China e a Coreia do Sul, estão apresentando novos casos de coronavírus. Dito de outra forma, uma segunda onda da doença ameaça a saúde dos trabalhadores desses países.
A possibilidade de uma segunda onda do novo coronavírus acometer os países que conseguiram controlar a doença, ainda mais quando a primeira onda ainda se desenvolve em países como o Brasil, mostra a total incapacidade que o capitalismo apresenta em levar adiante um combate efetivo ao vírus que já deixa para trás 280 mil corpos. Em todo o planeta, o único interesse da classe dominante é o de manter os negócios de meia dúzia de famílias parasitas em ordem, mesmo que, para isso, tenham de matar um número inacreditável de trabalhadores.
Os trabalhadores não podem, portanto, aceitar que o seu destino fique nas mãos de seus inimigos. É preciso mobilizar os explorados em todo o mundo para tomar o controle da saúde e derrubar os capitalistas e seus representantes do poder.
