Um grupo de madeireiros invadiu no último dia 30 de dezembro uma terra indígena de Arara, localizada no sudoeste do Pará, entre os municípios de Urará e Medicilândia. A terra já foi alvo de invasão de madeireiros em 2017, e em 2018 os índios da tribo Parakanã realizaram um protesto bloqueando a rodovia BR-230, cobrando a retirada dos invasores. A Fundação Nacional do Índio, a Funai, acompanha o caso.
A nova invasão dos madeireiros ocorre logo após a posse do governo ilegítimo e fraudulento de Jair Bolsonaro, da extrema-direita golpista. Em uma de suas primeiras medidas, o governo golpista de Bolsonaro transferiu para o Ministério da Agricultura, controlado pelos latifundiários, assassinos de sem-terras e indígenas, a identificação, demarcação e a delimitação das terras e reversas indígenas. Até então, esta atribuição era realizada pela própria FUNAI.
A frente do Ministério da Agricultura do governo golpista de Bolsonaro, está a deputada federal do DEM do Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina. Ela faz parte da bancada ruralista do congresso nacional, foi colocada no cargo para aprofundar a política de massacre dos camponeses e sem-terras levada a cabo pelos latifundiários no país.
As medidas de ataque aos povos indígenas, levadas adiante logo nos primeiros dias do governo Bolsonaro, são uma espécie de carta branca para que os ruralistas, madeireiros, seus jagunços e a própria polícia, partam para uma ofensiva contra os índios e também contra os sem-terras. Nesse sentido, é urgente a organização dos comitês de autodefesa nas aldeias e nos acampamentos. Esta é a única forma das comunidades indígenas, e da população sem-terra resistir à ofensiva da extrema-direita.