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Futebol

Polícia invade campo e prende jogador no Rio Grande do Sul

Se a agressão do jogador Willian foi tentativa de homicídio, o que dizer do comportamento cotidiano da polícia?

Na última segunda-feira (4) foi realizada mais uma partida da Série B do Campeonato Gaúcho entre os times São Paulo do Rio Grande e Guarani. O que seria apenas mais uma disputa futebolística, ganhou os jornais do país. A repercussão se deve ao fato de que por volta dos 15 minutos iniciais do segundo tempo, o jogador Willian, do São Paulo de Rio Grande, agrediu com um empurrão, seguido de um chute, o árbitro Rodrigo Crivellaro.

Após a agressão o meio-campo foi removido do campo pela Brigada da Polícia Militar e o árbitro recebeu atendimento médico ainda no gramado. Na madrugada do dia 5, terça-feira, Willian foi autuado por tentativa de homicídio.

O delegado Vinicius Assunção, que está à frente do caso, afirmou que “ele (o juiz) já tinha levado um golpe quando estava em pé e caiu sem chance de defesa. Poderíamos estar diante de uma morte e até uma lesão cerebral gravosa” em entrevista ao G1.

Apesar de já existir uma legislação específica que prevê e determina quais ações devem ser tomadas em situações como a ocorrida, até porque fatos como esse são consequências, acontecimentos comuns em partidas de futebol, portanto devem ser tratados dentro desse contexto, o jogador foi levado para a delegacia de Venâncio Aires onde aguarda decisão judicial.

De acordo com a nova Cartilha sobre o Código Brasileiro de Justiça Desportiva, no Art.253, o atleta que “Praticar agressão física contra o árbitro ou seus auxiliares, ou contra qualquer outro participante do evento desportivo” receberá a seguinte Pena “Suspensão de 120 a 540 dias”. A seguir especifica ainda que a) “Se resultar em lesão corporal grave, pena de 240 a 720 dias” e b) “Se a lesão do agredido permanecer após o tempo de cumprimento da pena, continuará o agressor suspenso até a total recuperação do agredido”. Embora a mídia burguesa já tenha autuado, julgado e condenado o jogador ao fazer coro a declaração do delegado ao enfatizar que “ele (Willian) deferiu um chute na cabeça, mirando na cabeça” do árbitro, isto é, com intenção de matar.

Mas se fizermos um paralelo com a violência policial nossa de cada dia, nos daremos conta de que abordagem da mídia golpista é bem diferenciada, quando não exalta tal truculência.

Qualquer agressão da PM deveria ser considerada tentativa de assassinato

É sabido que tanto a polícia militar, quanto a civil (não nos esqueçamos do que ocorreu na chacina em Jacarezinho) existem unicamente para reprimir a classe trabalhadora, sufocar sua luta em nome dos desígnios do estado reacionário que segue a vontade do imperialismo.

O caso de agressão relatado é absurdo, se atentarmos para o fato de existir no Brasil a força de repressão que mais mata no mundo, como podemos observar em um estudo realizado pela Rede de Observatórios de Segurança Pública publicado pelo sítio Brasil de Fato ao demonstrar que apenas no ano de 2019, no estado do Rio de Janeiro, foram contabilizadas 1.814 mortes e que esse número “aumentou 415% no mês de outubro” do ano passado segundo o estudo.

Quem mora na periferia já está acostumado com a abordagem da polícia e sabe que ao se ver nessa situação, a vítima tem grandes chances de não sair ilesa ou pior, sabe muito bem que pode ser mais uma na lista de assassinatos registrados todos os dias, todos os anos.

A mesma imprensa que noticiou o jogo durante o jogo, é a mesma que lucra amplamente com a cobertura, nos mais variados meios de divulgação de informações, das ações genocidas da PM. Alguns desses supostos “jornalistas” inclusive usam desse, se podemos chamar assim, cinema de terror, para se lançarem no campo da política institucional com suas revoluções na segurança pública. Só se for segurança pra matar.

A partir do que foi dito é fácil afirmar que, se por um lado, o caso isolado de agressão do jogador Willian contra o árbitro Rodrigo Crivellaro foi declarado como tentativa de homicídio quando deveria atender às determinações da legislação desportiva, o que dizer, por outro lado, das abordagens policiais totalmente arbitrárias? Sim, a mais “amena” das agressões da parte de representantes dessa instituição fascista já deveria por si só ser considerada, isso sim, uma tentativa de homicídio. A polícia não “tenta”, ela consegue quase sempre e com bastante efetividade.

É necessário deixar bem claro que quem encabeça os homicídios contra trabalhadores é a polícia e não jogadores de futebol. E que a mídia golpista lucra, e muito com essa falsificação. É importante discutirmos a questão da autodefesa da população oprimida e que a classe trabalhadora não deve clamar por uma polícia “preparada”, “equipada”, mas pelo fim definitivo de todas as polícias criadas unicamente para reprimir e matar.

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