Há algum tempo a filantropia está em moda entre os jogadores de futebol mais abastados, com realização de doação com cifras de milionárias. Entretanto no último período com a crise sanitária imposta pela pandemia do covid-19, tivemos uma verdadeira onda de doações entre os jogadores de futebol milionários.
Neste momento de crises tanto econômica, como sanitária, não há quase nenhuma ação significativa dos estados capitalistas para proteção da população, a exceção do distanciamento social de parte das camadas mais pequenas burguesas da população, mesmo assim nos governos já se discutem retroceder neste ponto do distanciamento social. A única ação em grande escala que é comum a todos os estados capitalistas, é a distribuição de dinheiro aos grandes capitalistas, um saque constante a população na casa de trilhões, que retira assistência da população no momento que ela mais necessita.
Para possibilitar que a população aceite ser deixada ás moscas sem qualquer medida efetiva em larga escala e permitir os repasses trilionários aos grandes capitalistas sem nenhuma convulsão social, é necessário uma imposição ideológica gigantesca. Uma campanha sistemática em larga escala de unidade, sobre uma falsa solidariedade, que ignora as condições da classe trabalhadora, maioria da população.
Enquanto repassa trilhões aos grandes capitalistas, para a população os estados capitalistas oferecem apenas isolamento social a uma parte da população, sendo impraticável o isolamento em absoluto e uma campanha falsa de solidariedade. Porém nem campanha nem isolamento parcial podem resolver a crise provocada pela pandemia e os dois também são insustentáveis a longo prazo abrindo a perspectiva de uma verdadeira calamidade a população mundial.
Os jogadores de futebol doadores, assim como outras figuras públicas envolvidas nestas campanhas dos quais se presumem as boas intenções, são usados duplamente. Primeiro não se saber se suas doações, seus esforços tem o destino atribuído, mesmo quando o tem se esse destino quase sempre é alguma obrigação do estado negligenciada. Segundo acabam inconscientemente contribuindo com a campanha sistemática da burguesia, sendo engolidos por essa máquina gigantesca.
Temos que rejeitar essa campanha, denunciando seu caráter inócuo no enfrentamento da crise sanitária e nocivo à população, bem como a necessidade de organização independe, bem como da necessidade de formação de conselhos populares de saúde nos bairros, para debate, organização popular frente a estas crises.