A supremacia do futebol brasileiro tem sido uma dor de cabeça para os organizadores da copa Libertadores da América. A edição 2021 da competição poderá apresentar um cenário inédito, pois desta vez há uma chance real de que quatro clubes brasileiros cheguem à etapa semifinal. Ainda que apenas três times do Brasil alcançassem este feito, isto também seria algo sem precedentes.
O primeiro turno das quartas de final iniciada nesta semana apresentou o seguinte cenário: do confronto entre Palmeiras e São Paulo, um dos dois brasileiros garantirá sua vaga na semifinal. Em seu primeiro duelo, o Flamengo massacrou o Olimpia do Paraguai com o resultado de 4×1, estando praticamente classificado. Já o Atlético MG derrotou o River Plate na casa do adversário pelo placar de um tento a zero, também assumindo o papel de favorito para a avançar. Enquanto que o Fluminense empatou por 2×2 com o Barcelona do Equador, tendo o jogo da volta por ser realizado no rio de Janeiro, o que oferece vantagem ao clube carioca.
Em meio a este panorama, na última semana o conselho da Conmebol realizou uma reunião que contou com a presença de representantes de algumas federações nacionais participantes. O questionamento apresentado à direção da entidade apontou para o fato de que a possibilidade de as etapas semifinais serem disputadas por equipes de um único país poderá tornar o campeonato previsível, desestimulando o investimento em alguns países.
Há relatos de que, na opinião de alguns cartolas, a Libertadores deveria voltar a limitar o avanço de mais de uma equipe de mesma nacionalidade. Historicamente, a competição já adotou esta estratégia em momentos distintos. Porém, até então havia apenas dois ou três representantes de cada nação integrante, o que permitia este estratagema.
Desta vez, há um fator que conduz a direção da entidade e dos entes parceiros da confederação a não oferecer apoio a criação de barreiras para o avanço de equipes de mesma bandeira nacional. O caso é que tal manipulação torna-se simplesmente inviável devido ao recém aumentado número de participantes.
A partir do ano de 2017, a copa Libertadores da América passou a contar com quarenta e sete clubes. Na temporada 2021, há oito brasileiros e sete argentinos. A intenção foi a de atrair ainda mais investimentos para a realização do campeonato. O que, inclusive, leva a direção da competição a descartar por completo o retorno ao formato com um número reduzido de equipes.
Entretanto, A qualidade do futebol brasileiro nunca deixou de trazer preocupações aos organizadores do campeonato. Nos anos de 2005 e 2006, a final da Libertadores contou com times exclusivamente brasileiros, levando as demais federações ao total assombro. Assim, mais manipulações foram feitas para impedir esta situação. O que criou outros problemas. Como por exemplo, a óbvia presença de quatro nacionalidades distintas na fase semifinal.
Devido ao domínio dos brasileiros na competição, os dirigentes dos clubes dos demais países se incomodam demasiadamente. A insatisfação destes cartolas não está apenas no fato de que a taça da américa vai, quase que invariavelmente, para as mãos dos brasileiros, ou no máximo dos argentinos. A questão é que os times das demais nacionalidades se quer tem alcançado as etapas superiores da competição, como as semifinais, por exemplo. O que os impede de receber os valores devido as cotas por desempenho.
Portanto, temos de denunciar a desmedida agressão ao futebol brasileiro. A proposta de alterar as regras de ascensão as etapas superiores da copa Libertadores da América é, sem dúvidas um ataque direto ao nosso futebol nacional. Não será a primeira vez que o principal esporte praticado no Brasil sofre um deliberado boicote.
No caso das olimpíadas, por exemplo. O futebol olímpico é a única modalidade esportiva a sofrer limite de idade. O que, com certeza é claro que fora uma regra sem sentido criada para prejudicar diretamente ao Brasil.
Especificamente, no caso da copa Libertadores da América, se o real problema é o de que as equipes das demais nacionalidades receberão menos dinheiro na competição, então existe um recurso simples para resolver a questão. Basta que se eleve os valores entregues as equipes que alcancem etapas inferiores do campeonato.
O melhor futebol do mundo não pode ser impedido de brilhar. O futebol brasileiro não pode ser agredido desta forma.
