Mais um polêmico capítulo da tensa história entre Neymar e PSG. De acordo com o jornal espanhol El País, o clube avisou ao jogador que quer negociá-lo nesta janela de transferências, e pensa em um empréstimo para facilitar a transação. No entanto, um importante membro do estafe do atleta disse não acreditar em sua saída neste momento.
Segundo a apuração espanhola, o time francês comunicou Neymar que não deseja contar mais com o futebol do brasileiro. Mas os salários que o camisa 10 ainda tem a receber nos cinco anos de contrato restantes, que giram na casa de 200 milhões de euros líquidos – cerca de 1,1 bilhão de reais – são um impeditivo para a venda, o que faz o clube cogitar um empréstimo. A notícia ainda diz que o PSG aceitaria pagar a porção do salário que o novo clube não bancar, via doações ao Instituto Neymar Jr., que também é patrocinado pela Qatar Airways.
A notícia até pode ser verdadeira, pois no mundo do futebol é normal a troca de jogadores. Mas o enfoque que sempre é dado é o de que o jogador não está jogando nada e, por isso, é rejeitado pelo time francês.
Muito se fala que o seu projeto no PSG teria fracassado, pois não conseguiu ser o melhor do mundo e nem ganhar a liga no PSG. Mas Neymar participou da Champions pela nona vez. Em todas as oito temporadas anteriores, o brasileiro marcou no mínimo três gols. No Paris Saint-German, o brasileiro teve 35 jogos, com 20 gols e 13 assistências. Nos seus quatro anos de Barcelona, Neymar jogou 40 partidas na Liga dos Campeões, marcou 21 gols e anotou 15 assistências. Um contraste com o desempenho de Messi que não recebe o mesmo volume de críticas por parte da imprensa burguesa.
Com a chegada ao Brasil, o negro e o trabalhador brasileiro revolucionaram o esporte tornaram-no o que conhecemos hoje, um esporte de paixão mundial e muito caro à classe trabalhadora. Pelé é o símbolo máximo dessa revolução, por isso, incomparável.
Essa revolução no futebol fez com que, nesse esporte, as potências imperialistas, os europeus e outros países poderosos, finalmente pudessem ser derrotados em algum âmbito da vida social, e é o que vimos desde então, com o Brasil sendo o maior campeão do mundo.
Neymar, bem como Ronaldo Fenômeno, Romário e outros em outras épocas, é o representante deste futebol vitorioso, revolucionário, que usa o drible para escapar da violência e da força bruta, armas tão comuns dos poderosos.
O imperialismo nunca se contentou em deixar o Brasil neste posto, de melhor do mundo, de celeiro dos melhores jogadores do mundo, pois pretende que tudo isso seja, também, como todo resto, dos poderosos capitalistas. Justamente por isso a campanha contra Neymar, contra a seleção e, de maneira geral, contra o futebol brasileiro.
Além da campanha do imperialismo, a esquerda pequeno-burguesa também se somou à campanha. As acusações de “bolsonarismo”, “machismo”, “alienação” e outros que a esquerda pequeno-burguesa acrescentou, servem para fazer frente com a imprensa burguesa.
Neymar é alvo de uma ampla campanha contra sua pessoa porque representa, no momento, o futebol campeão de cinco taças do mundo, o futebol arte que sempre se livrou da truculência das seleções europeias. Ele faz coisas que os outros jogadores não conseguem fazer, como disse Zinedine Zidane, um dos poucos ídolos europeus (de origem argelina) que praticava um futebol mais parecido com o brasileiro. Só não enxerga isso quem não gosta de futebol, e, neste caso, não gosta de um patrimônio do povo brasileiro.
Atacar Neymar neste momento é crucial para os negócios imperialistas do futebol, um dos mais lucrativos de todo o mundo. Significa impor à fórmula europeia de conjunto, como o futebol feio, duro, de correria, e também a privatização de tudo que envolve o esporte, a transformação dos clubes em S/A, o futebol sem torcida organizada, longe do povo, perto dos investimentos, das ações, do mercado especulativo.