O ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, foi condenado a 30 anos de prisão pela conhecida dobradinha entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. A sentença foi dada pelo juiz da lava-jato Marcelo Bretas a partir de uma investigação sobre compra de votos para a escolha do Rio de Janeiro para sede das Olimpíadas de 2016.
As conquistas para tornar o Brasil país sede de eventos de enorme repercussão mundial como as Olimpíadas e a Copa do Mundo foram grandes trunfos atribuídos especialmente ao ex-presidente Lula. Porém diversas outras figuras atuaram na campanha, entre as quais se inclui o ex-jogador de vôlei Nuzman, que presidiu o COB de 1995 a 2017.
Vale lembrar aqui um fato bastante óbvio na época, o Brasil sediar eventos desse porte, num intervalo tão curto de tempo (Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas em 2016), chamou a atenção ao redor do planeta para o inédito protagonismo brasileiro. Não é fato comum que um país oprimido, e então com uma política externa soberana, supere a concorrência de países imperialistas como Espanha, Japão e Estados Unidos.
Chama muito a atenção o fato de que a denúncia não tenha partido, pelo menos não oficialmente, de um dos países derrotados no páreo, mas das instituições do país vencedor. Uma matéria publicada pelo jornal francês Le Monde serviu como mote para o MPF perseguir os envolvidos com as Olimpíadas do Rio. A parceria golpista entre PF e MPF, orquestrada por órgãos do imperialismo, como o FBI (como ficou exposto no escândalo conhecido como “Vaza Jato”), atacou violentamente tudo o que estivesse relacionado a esses eventos e a seus preparativos.
Não por acaso, os setores da esquerda que estão sempre alinhados ao imperialismo abraçaram apaixonadamente a campanha antinacional e Guilherme “IREE” Boulos ganhou os holofotes da imprensa golpista e entrou no cenário eleitoral do país.
Outro aspecto interessante do problema é a tese de que figuras políticas de um país atrasado como o Brasil tenham mais poder de corromper do que os representantes do imperialismo mundial, que corrompem ao redor do planeta desde políticos e empresários até comandantes militares. Não se trata de defender a suposta corrupção de Nuzman, mas sim denunciar a minuciosa seletividade dos “caçadores de corruptos”.
No final das contas, a lava jato segue sua campanha de desmoralização do país e ataque ao sistema político com foco especial no Partido dos Trabalhadores. Retomar as perseguições iniciadas durante os governos petistas, destacando a Copa do Mundo e as Olimpíadas como escândalos de corrupção associados a Lula, faz parte da campanha de ataques à candidatura do ex-presidente. Por isso, é Fora Bolsonaro e Lula Presidente!