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Jogadoras abandonadas

Futebol feminino será duramente afetado com a crise

A condição da mulher na sociedade, uma situação de setor oprimido, faz com que o futebol feminino seja menos estruturado economicamente e mais vulnerável às crises 

Se o futebol masculino está agonizando frente a crise econômica mundial, jogando para escanteio os boleiros profissionais mais proletários das divisões baixas, imaginemos o que está para acontecer no futebol feminino. A Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol (FIFPro), em documento publicado nesta quinta-feira (16), demonstrou preocupação com o impacto da pandemia de coronavírus no futebol já muito sucateado das boleiras.

A entidade coloca que o Covid-19 atingirá com mais força aqueles que já estavam situados em condições precárias, com poucos recursos e com poucas reservas a recorrer. Resumindo: os times pequenos estão à beira da falência!

O estudo afirma ainda que a situação atual seria uma “ameaça quase existencial” ao jogo das mulheres, se não houver intervenção capital urgente no futebol feminino. Citando as ligas profissionais menos estabelecidas, baixos salários, menor escopo de oportunidades, acordos de patrocínio desiguais e menos investimento corporativo como pontos negativos, o panorama é de caos total.

A situação da crise capitalista mundial, direcionou os holofotes para a situação precária da maioria do futebol mundial. Nas bases proletárias do esporte, onde o “pó da cal” é seco, faltam contratos escritos, há duração de curto prazo dos acordos de trabalho (falta de CLT), há falta de seguro de saúde e cobertura médica e a ausência de proteções básicas e direitos para jogadores e jogadoras em grande risco de perder seus meios de subsistência.

E mais, é preciso destacar que, por conta da condição da mulher na sociedade, na sua situação de setor oprimido, o futebol feminino é menos estruturado economicamente e mais vulnerável às crises.

Os sinais dessa crise aparecendo nas eliminatórias asiáticas para os Jogos Olímpicos já no começo deste ano de 2020. Transferindo de Wuhan, na China, para Sydney, na Austrália, justamente pela quarentena aplicada no primeiro local, o efeito cascata se seguiu com torneio amistosos de seleções sofrendo alterações em março, o Brasil jogando com portões fechados diante do Canadá no Torneio da França, em Portugal, na Itália, abrindo mão das finais.

As jogadoras começaram a receber notificações de seus clubes, algumas recebendo atualizações frequentes, enquanto outras quase nada. A entidade salienta:

“Deixar essas pessoas-chave isoladas em um momento tão perigoso não é apenas decepcionante, mas também míope no desenvolvimento de uma indústria justa e sustentável a longo prazo”.

O site do Globo Esporte, em tempos de crise total do sistema, nos remete até um partido trabalhista: “a sugestão é implementar e fazer cumprir padrões globais da indústria para condições de trabalho no futebol feminino. No relatório global de emprego na modalidade em 2017, a FIFPro revelou que apenas 18% das jogadoras no mundo eram profissionais, de acordo com as regras da FIFA – atendem aos critérios de ter uma contrato escrito e sendo pago por sua atividade futebolística. O restante, 82%, seriam consideradas amadoras. A pandemia agora expõe que os direitos das jogadoras sem esses contratos estão em risco, pois são excluídas do escopo das proteções e políticas nacionais de emprego e medidas de apoio. Além disso, jogadoras sem status profissional reconhecido são incapazes de ingressar em sindicatos, o que limita suas possibilidades de se envolver no diálogo social necessário com os empregadores para suas condições nesta crise”. Os burgueses quase tiveram que pronunciar o termo proibido: “direito trabalhista”.

Ainda no estudo de 2017, foi revelado que a duração média de um contrato de uma jogadora é de 12 meses e 47% delas nem contrato têm. Os números são a base para a FIFPro demonstrar preocupação com o cenário incerto apresentado pelo futebol feminino no momento atual e o perigo às atletas.

O coronavírus foi, na verdade, muito mais do que um carrinho perigoso. Foi uma voadora alá Edmundo em 93. Enquanto capitalistas adquiriam os  times falidos, como o RedBull, o que víamos nos noticiários era uma campanha que passava a mensagem que esses empresários eram muito responsáveis, grandes empreendedores, eram quase anjos vindos do céu. Mas agora, o que se vê na crise do sistema, é que os empresários mais ricos do mundo, donos de petroleiras, de monopólios de diversas áreas, na verdade são demônios, subidos diretos das profundezas do inferno.

A crise da saúde mundial, evidenciou que as tais empresas “responsáveis”, são organizações capitalistas sem nenhum coração, sem nenhum compromisso com seus empregados, suas jogadoras. As profissionais são apenas números, enquanto tudo estava bem, eram notas de dinheiro se somando, mas agora, são uma ameaça e devem ser cortadas da receita da empresa. Se até a imprensa burguesa brasileira teve que escancarar a falta de humanidade completa dos chamados clube-empresas, fica claro a decadência deste modo de organização social, e mais, que os clubes devem ser tomados pelo povo, voltar à sua História de massas.

 

 

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