Que a esquerda pequeno-burguesa não gosta de futebol não é nenhum segredo. Para os “bem pensantes” universitários, o apreço do povo brasileiro pelo esporte mais popular do mundo seria um sinal de “alienação” ou inferioridade intelectual, expressem isso aberta ou veladamente.
O PCO, por outro lado, reconhece o futebol como um componente importante da cultura nacional. O Brasil não é conhecido como o “país do futebol” por acaso, o esporte bretão foi elevado ao status de arte pelos de brasileiros como Zizinho, Leônidas da Silva, Didi, Garrincha e Pelé, entre muitos outros.
A Copa do Mundo de 2014 foi uma conquista para o país, que projetou o Brasil internacionalmente. Para os apaixonados pelo futebol, uma oportunidade de ouro para sediar a mais importante competição do esporte e acompanhar mais de perto a rotina das seleções. A direita, disfarçadamente, fez o que pode para desmoralizar a Seleção Brasileira, era muito claro que uma vitória nacional impactaria positivamente na campanha pela reeleição de Dilma Rousseff poucos meses depois.
Obviamente, como qualquer empreendimento na sociedade atual, seus preparativos foram cercados por intensas contradições. As ações de desapropriação e desalojamento, as remoções, foram a brecha onde setores da esquerda se apoiaram para entrar de cabeça na campanha contra a Copa, que já mirava diretamente no governo petista. Foi o braço esquerdo da campanha golpista que procurava influenciar as eleições. Boulos, como principal instrumento esquerdista dessa campanha, ganhou destaque na imprensa burguesa e se projetou nacional e internacionalmente como uma “liderança popular”.
Mas o que isso tem a ver com a trágica goleada sofrida para a Seleção Alemã? Ora, o clima de animosidade contra os jogadores brasileiros foi muito estimulado pela imprensa. Para se ter uma ideia, a presidenta do país foi hostilizada já na abertura da Copa, com gritos ofensivos puxados por ninguém menos que o tucano Luciano Huck.
A campanha de Boulos, destacada pela imprensa, colocava a Copa do Mundo no Brasil como um inimigo do povo. Hospitais “padrão Fifa”, seja lá o que isso queira dizer, eram contrastados com os estádios no modelo “arena”. Como se o governo do PT estivesse retirando recursos da saúde para impulsionar as obras. Uma campanha demagógica do jeito que a direita gosta.
O principal jogador da nossa Seleção e que empunhava a braçadeira de capitão na sua primeira Copa, Neymar, chegou a ser vaiado em um jogo. Tal o poder de influencia exercido pelos monopólios da imprensa sobre o público que conseguiu assistir aos jogos nos estádios. Dois anos depois, Neymar superou nova campanha de desmoralização e foi peça chave da conquista do inédito ouro olímpico no futebol.