Todos os eventos possuem interesses a serem vistos, no caso do UFC, nada é diferente. A agenda é clara e os interesses são flagrantes no intuito de tentar, custe o que custar, desfavorecer primeiramente os atletas brasileiros, que possuem grande destaque nesse esporte. Mas também, os demais latinos, ou profissionais de países pobres, cujos recursos sejam mínimos ou nulos.
Tais interesses, atrelados ao mercado e à burguesia de conjunto, que se veem mais e mais sedentos pelos lucros que os esportes num geral podem lhes fornecer, revelam que esportistas brasileiros não devem ganhar. Ou, que é precisa evitar suas conquistas e vitórias, a qualquer custo. Esta é a orientação da burguesia.
Atletas brasileiros não possuem o financiamento que os atletas gringos (principalmente os norte-americanos e europeus, como os ingleses e irlandeses nesse caso do UFC). Logo, a nossa vitória perante a de um norte-americano, por exemplo, significa “maus negócios” para a equipe empresarial desse desportista gringo.
Na última sexta-feira (06), uma das vítimas desse processo interesseiro, sujo e fraudulento, foi a nossa última grande revelação das lutas, Charles “Do Bronx”, que teve seu cinturão dos pesos-leves destituído ao não bater o peso ideal por cerca de míseros 200 gramas. Em entrevista ao podcast Mundo da Luta, o lutador disse que foram 11 anos buscando um sonho de ser campeão do UFC, e que nunca pisou em ninguém pra isso. Ele diz também:
“Poder conquistar o cinturão e levar para casa, para minha família, mostrar ao mundo que um garoto que veio de comunidade pode ser campeão do UFC, pode tornar a vida da família melhor.”
Além disso o lutador brasileiro revelou:
“Perder o cinturão, sendo roubado. Eu fui roubado, essa é a verdade. A comissão atlética agiu errado comigo.”
Devemos salientar que, para esses esportistas, em diversas competições internacionais, as dificuldades encontradas são inúmeras em relação ao controle que os atletas brasileiros têm de conjunto. Como não há controle do que pode ser feito, e pela pouca atuação nos bastidores (algo totalmente diferente do que ocorre com os gringos, por exemplo), a roubalheira acontece, ou pode ser facilitada.
Deve-se dizer também que Charles hoje é recordista de finalizações, e mesmo sem o cinturão, o peso-leve está sendo considerado amplamente o melhor da categoria. Para outros especialistas, o atleta seria o melhor de todos os tempos nessa modalidade.
O lutador ainda informa, na mesma entrevista, que bateu o peso correto na quinta, véspera da destituição e antevéspera da luta com o lutador dos EUA Justin Gaethje, que terminou com vitória do brasileiro (ainda no primeiro round), demonstrando grande equilíbrio e habilidade ao lutar e vencer mesmo sabendo que já não era mais o campeão de sua categoria.
Nos resta a denuncia e a solidariedade com o lutador, que tal como todos os nossos conterrâneos, estão submetidos, apesar de esforço e determinação, a forças de intervenção maiores, ligadas ao Capital.