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Cinzas com “C” de Cultura

IPHAN tem o menor orçamento em dez anos

A Cultura brasileira desmorona e arde nas chamas do abandono criminoso promovido por um projeto de governo que despreza e tenta apagar a história do país.

‘Já está feito, já pegou fogo, quer que faça o quê?’ A frase dita por Bolsonaro sobre o incêndio do Museu Nacional do Rio de Janeiro em 2018 não seria apenas uma das muitas frases absurdas que ele já proferiu na vida, mas é o resumo de sua política pública em relação à cultura.

O desprezo de Bolsonaro e seus mandados, pela Cultura e pelo patrimônio histórico nacional é visível quando analisamos os investimentos federais nos últimos anos destinados ao IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), em 2021 o órgão federal receberá seu menor orçamento dos últimos 10 anos, segundo a plataforma Siga Brasil, R$ 9 milhões para as despesas discricionárias (de utilização livre), R$ 26 milhões, para preservação de cidades históricas (uma redução de 81% entre 2019 e 2021) e no geral R$ 326 milhões, quase 100 vezes menos do que o “orçamento paralelo” usado para comprar o Centrão e aliados.

Após o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, em 2016, deu-se início a uma ação sistemática de abandono e destruição patrimonial no Brasil. O orçamento sofrendo cortes significativos não é privilégio do necrogoverno bolsonarista, as verbas para preservar cidades históricas despencaram de R$ 143 milhões para R$ 53 milhões em 2020, as despesas discricionárias foram R$ 79 milhões em 2019, R$ 31 milhões em 2020 e o orçamento geral foi de R$ 650 milhões em 2019 para R$ 399 milhões em 2020.

A principal vítima da mescla entre abandono sistemático do IPHAN é o patrimônio histórico-cultural do Brasil. País adentro o cenário é o mesmo, prédios com fundações comprometidas, sem reparos, fechados, interditados, com risco eminente de incêndio, aliás os incêndios já consumiram parte significativa da nossa história, assim como o Museu da Língua Portuguesa, em 2015 e o Museu Nacional em 2018, em julho de 2021 a Cinemateca Brasileira, localizada em São Paulo foi a vítima mais recente. Filmes, material impresso e documentos foram consumidos pelo fogo.

O Corpo dos Bombeiros, afirma que as chamas começaram após a manutenção de um ar-condicionado em uma sala da instituição, porém há pelo menos um ano o Ministério Público Federal de São Paulo vem alertando o Governo Federal, responsável pela Cinemateca Brasileira, para o risco de incêndio, sendo o último alerta emitido no dia 20 de julho de 2021.

Quando tratamos de descaso com a cultura o governo Bolsonaro e de seus aliados mostra que não distingue ninguém, de patrimônio cuja importância se restringe ao local a obras de fama nacional, ou projetada por figuras ilustres como Oscar Niemeyer, nada escapa, tudo se abandona. Em Brasília o Teatro Nacional Claudio Santoro mostra que o abandono não é de agora. Encravado no Eixo Monumental, no centro de Brasília e próximo aos ministérios, o teatro está fechado há sete anos e meio e virou um local onde usuários de drogas procuram abrigo.

O coletivo de servidores do IPHAN também denuncia o aparelhamento ao apontar que a situação orçamentária “ocasiona sérios problemas” para a preservação do patrimônio cultural material e imaterial e que “diversas ações de competência da instituição se encontram sob o risco de paralisação parcial ou total”. Eles também listaram, entre outros pontos, a suspensão de obras em andamento, a falta de investimento em medidas preventivas contra incêndio, furtos e desastres e a não implementação de medidas de proteção aos sítios arqueológicos.

Como parte da política de aparelhamento do órgão, a atual presidenta do instituto, Larissa Peixoto, que tem sua atuação questionada por não ter experiência na área e formação “incompatível” com a função para a qual foi nomeada, também carrega a marca de não entregar nem candidaturas a patrimônio mundial.

O ódio e a repulsa de Bolsonaro contra a história e a cultura do país aponta que sua intenção é promover uma manipulação generalizada, onde sem documentação oficial, as pessoas não possam questionar as mentiras que ele e seu grupo político propaga. O povo brasileiro precisa se unir e combater com firmeza mais essa investida contra a história do país e sua cultura.

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