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O papel da arte nas crises

Como as grandes epidemias e crises foram mostradas pelos artistas

Artistas como Giovanni Boccaccio, Frida Kahlo e Albert Camus criaram obras imortais em períodos e situações de grandes crise

A pandemia do coronavirus trouxe novamente à tona o tema do isolamento social ou quarentena. O coronavirus é a maior pandemia que o mundo já viu desde os trágicos dias da Gripe Espanhola, ocorrida entre os anos de 1918 e 1920 e que vitimou aproximadamente 100 milhões de pessoas em todo o mundo.

Nos dias sombrios de uma crise deste tipo o papel dos artistas é justamente o de refletir sobre esta nova situação, trazendo uma visão inovadora e muitas vezes controversa, além de providenciar um respiro de realidade. A arte, com seu poder transformador, catalisa as ideias da nova sociedade que possa emergir de suas cinzas.

Muitos artistas, ao longo da história, vivenciaram crises, epidemias e pandemias que afetaram suas vidas e deixaram um rico material, fruto de suas experiencias e mostraram que as crises podem ser um terreno fértil para a descoberta criativa.

Giovanni Boccaccio e a Peste Negra

O poeta e escritor italiano Boccaccio escreveu sua obra mais importante, “O Decameron”, sob o impacto da Peste Negra que atingiu sua cidade de Florença. A obra foi escrita entre 1349 e 1352, emoldurada como uma coleção de 100 histórias que de um grupo de dez pessoas conta uma para as outras em seu isolamento numa vila fugindo da doença. A Peste Negra foi a mais devastadora pandemia na história humana, matando algo entre 75 e 125 milhões de pessoas. Ela ocorreu de 1346 a 1353.

A Peste Negra serviu de inspiração não apenas para Boccaccio, mas para vários outros artistas medievais como Petrarca, Geoffrey Chaucer, que escreveu seu “The Canterbury Tales” e William Langland e seu “Piers Plowman”. Em 1957 o diretor sueco Ingmar Bergman lançou um de seus filmes mais famosos, “O Sétimo Selo” ambientado na Europa da Peste Negra.

Frida Kahlo

A pintora mexicana Frida Kahlo teve uma vida repleta de episódios de isolamento. Quando criança foi vítima de poliomielite, que a deixou com várias sequelas como uma lesão em seu pé direito, pela qual ganhou um apelido de “Frida pata de palo” (Frida perna de pau). Por causa disso passou a usar calças e depois saias exóticas. Em 1925, aos 18 anos de idade sofreu um grave acidente. O ônibus na qual viajava se chocou com um trem. No episódio ela teve as costas perfuradas, fraturas diversas e hemorragias. Ficou internada em um hospital durante muitos meses, tendo que se submeter a inúmeras operações de reconstrução e destinada a usar coletes ortopédicos, feitos de vários materiais.

Foi durante essa convalescência que Frida começou a pintar. Encorajada pela família ela começou a pintar deitada na cama e com a ajuda de um espelho, criando trabalhos que discutiam sua situação como “Coluna Partida” (1944), “Henry Ford Hospital (la cama volando)” (1932) e “Sem Esperança” (1945).

Albert Camus e a Peste

A peste é uma das doenças que mais afligiram a humanidade em sua história. A doença está presente até hoje em países como o Congo e Madagascar. Albert Camus escreveu sua novela “A Peste”, sua maior obra, em 1947. O livro é ambientado na cidade de Oran na Argélia e conta a história de uma epidemia de peste e seus efeitos na população.

Edvard Munch

O norueguês Edvard Munch se notabilizou pela sua obra “O Grito”. Munch foi uma das vítimas da gripe espanhola de 1918. Apesar de sua saúde já frágil conseguiu sobreviver à doença e se autorretratou em várias obras, onde aparece magro e indefeso.

Zehra Doğan

A escritora e jornalista curda Zehra Doğan é a fundadora e editora do Jinha, uma agência de notícias formada apenas por mulheres. Em 2016 foi decretado um toque de recolher na cidade turca de Nusaybin por causa da guerra entre o exército turco e o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). Era um toque de recolher de 24 horas. Era proibido sair de casa.

Devido a este isolamento forçado e à forte censura nos meios de comunicação Zehra decidiu se concentrar na pintura onde tentou retratar sua realidade.

Ela fazia desenhos em seu smartphone, compartilhando nas redes sociais. Um de seus trabalhos se tornou viral: um desenho baseado em uma fotografia da cidade curda de Mardin destruída pelo exército turco. A arte que ela fez sobre a foto foi considerada pelo judiciário turco um exemplo de propaganda terrorista. Ela foi condenada a mais de dois anos de prisão, saindo em fevereiro de 2019.

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