A Defensoria Pública do Rio de Janeiro, no seu último levantamento, apontou o óbvio do óbvio: 81% das pessoas que foram presas injustamente neste Estado são negras. Mais uma característica evidente de que o aprofundamento do golpe de Estado levaria a intensificação dos ataques contra a população oprimida, em particular os negros. Afinal de contas, se depuseram a ex-presidenta Dilma Rousseff, através de um impeachment fraudulento e prenderam sem provas o ex-presidente Lula, o que dirá da população negra, que historicamente sofre repressão pelo Estado capitalista.
A repressão à população negra, pobre e favelada se dá para controlá-la para que ela não se rebele contra o regime político. Este controle é fundamental a ponto de até mesmo prender negros que não praticaram crime algum. Além disso, vale ressaltar que o fato de muitos negros irem para a “criminalidade” é por um motivo bem simples: as más condições orquestradas pelos capitalistas em que os negros são submetidos.
A reação contra essa repressão tem que ser feita à altura. A esquerda pequeno-burguesa ainda persiste acreditar nas instituições, como ocorreu recentemente nas eleições parlamentares, se juntando aos parasitas do “centrão” e dando glória ao STF, a instituição que praticamente dá o sinal verde para todas as atrocidades contra os direitos democráticos da população negra. Portanto, não será por vias “legais” que se resolverá o problema do encarceramento em massa, sobretudo nos presos injustamente.
Logo, a única opção que resta são as ruas. Apesar da pandemia, se nada for feito em prol dessa injustiça, assim como o fato de haver alto índice de desemprego, ausência de um auxílio realmente emergencial, a situação irá piorar cada vez mais. É possível lutar com segurança, com mínimo que seja. Sem contar que os próprios trabalhadores não deixaram de trabalhar.