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Farsa

Movimento identitário agora mira em estátuas de escravos negros

Enquanto negros são massacrados pela polícia, identitários miram lojinhas de artesanato

Uma loja de souvenirs no aeroporto de Salvador foi alvo de indignação e protesto por parte de um turista, o historiador carioca Paulo Cruz. Segundo o rapaz, “foi um choque tremendo né? Em primeiro lugar, porque eu acho que é um tipo de coisa que não deve se comercializar em lugar nenhum, muito menos numa cidade como Salvador, principalmente depois da experiência que eu tive, vendo a vivência das pessoas pretas, dos movimentos e tudo mais”

O choque foi causado pela comercialização, por parte da lojinha, de peças de cerâmica, apresentadas como obras de arte, que retratavam escravos acorrentados. As imagens foram publicadas pelo historiador na internet e ganharam repercussão depois que o ativista Antônio Isupério, com mais de 83 mil seguidores nas redes sociais, compartilhou a revolta do historiador e criticou a venda nas redes sociais. “Você imagina que poderia ter um boneco de crianças judias em ‘forninhos’ para serem vendidas como adereços? Então, isso não acontece porque o repúdio à violência do Nazismo já está em domínio público, enquanto nós negros ainda estamos em processo de conquista da nossa humanidade”, disse Antônio Isupério. O impacto da repercussão foi sentido pela loja ,que publicou uma nota pedindo desculpas e deve em breve retirar a mercadoria das prateleiras.

Em que pese o mal gosto na escolha dos enfeites, o que devemos chamar a atenção aqui é que o ocorrido é uma demonstração do tipo de “luta” que vem sendo travada pela esquerda pequeno burguesa: embates inócuos contra questões simbólicas que não têm poder nenhum de produzir mudanças na situação de vida da população negra no país.

Apesar da inocuidade e justamente por causa disso, essas brigas vêm sendo abraçadas pela burguesia como uma questão muito importante, dessa forma elas são impulsionadas e substituem uma luta real por uma imaginária.

Não estamos mais na escravidão, mas em Salvador. Assim como em outras capitais, os negros ainda são os que mais sofrem nas mãos da repressão estatal. A população negra também é aquela que vem amargando com maior intensidade as consequências do golpe de Estado no Brasil, representando 72,9% dos desempregados e as maiores vítimas da covid 19 com 55% de mortes contra 38% entre os brancos.

Talvez o fato de a realidade do negro ter mudado tão pouco desde o fim da escravidão seja o motivo desses bonecos incomodarem tanto, mas a luta a ser travada não é contra símbolos mas contra a opressão concreta.

É preciso que a população negra se organize em comitês armados de autodefesa para combater as incursões criminosas da polícia nas favelas. É preciso também lutar nas ruas por Lula Presidente com um programa que dentre outras coisas exija a extinção da Polícia Militar, a redução da carga horária sem prejuízo do salário e um salário mínimo de pelo menos 5 mil reais.

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