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Uma política do imperialismo

O Identitarismo e a CIA

Entenda como a Agência de Inteligência norte-americana vem atuando por meio da política identitária em todo mundo

Com o fim da 2º guerra mundial e a confirmação latente da fragilidade do capitalismo, sistema social que já há muito apresentava sinais de seu fim, o maior país imperialista do mundo transformou seu serviço de espionagem (Escritório de Serviços Estratégicos – OSS), atuante durante a guerra, numa agência de estado destinada a monitorar e agir em defesa dos interesses de sua classe burguesa.

Assim nasceu a Agência Central de Inteligência (CIA) do governo norte-americano, com funções obscuras para a população local e, principalmente, para a população mundial. A agência logo foi mostrando a que veio, tendo em vista que dentro de seu próprio território havia grandes revoltas sociais de populações oprimidas pelo regime estadunidense naquela mesma época, nas décadas de 1950 e 1960.

Tais revoltas tinham a população negra no cerne dos acontecimentos, apresentando inclusive sinais de organização política que questionavam e evidenciavam a necessidade de mudança na estrutura social do principal país imperialista do planeta. Através da CIA, a burguesia norte-americana realizou diversas ações de espionagem, ataques brutais e sufocamento desse movimento, que se organizava principalmente por meio do Partido dos Panteras Negras.

Ao longo da segunda metade do século XX e início do XXI, promoveu diversos golpes de estado em todos os países que estão sob sua influência, como no Brasil em 2016, no golpe que retirou do poder o governo do Partido dos Trabalhadores (PT).

Dai o leitor pode-se perguntar se essas alegações são feitas sem embasamento prático, apenas por divergência de posições políticas. A resposta é simples, alegações como essas foram divulgadas pelos próprios integrantes da agência, que vez ou outra perde o controle de seus integrantes e o mundo passa a saber das atrocidades político-sociais cometidas por essa agência.

O exemplo mais recente é o de Edward Snowden, ex-administrador de sistemas da agência que divulgou como funciona a espionagem dos principais chefes de estado do mundo, inclusive de países imperialistas como o próprio EUA.

Pois bem, temos agora uma nova incursão dessa agência, que passou no último período a utilizar pessoas que se colocam como representantes de setores oprimidos para levar adiante uma política que busca preservar a já falida estrutura social do capitalismo.

Recentemente, essa agência lançou um vídeo institucional em que a uma mulher negra e de ascendência latina relata seu trabalho na agência e assevera que, como esforço, todos podemos nos tornar oficias de instituições como essa. Inacreditável, mas é isso mesmo, essa agência que tanto fez e tanto faz contra os negros norte-americanos e os povos latinos de conjunto esta lançando sua versão identitária.

Mas é preciso ressaltar que esta tática não é nova nessa agência, que há muito vem subsidiando politicamente e economicamente organizações sem fins lucrativos (ONGs) que atuam abertamente para o refluxo das manifestações das populações oprimidas pela burguesia.

Exemplo disso, foi a operação que tentou redirecionar as manifestações contra o assassinato de George Floyd, cidadão negro morto pela principal instituição de opressão dos povos oprimidos, a Polícia.

No momento em que a burguesia percebeu que as manifestações buscavam questionar não só ações da polícia, mas também pediam o fim desta instituição e questionavam a estrutura econômica e social capitalista que tanto flagela a classe trabalhadora norte-americana, instituições como a ONG Open Society Foundations passaram a receber doações milionárias para “incentivar” grupos presentes nas manifestações, como o Black Lives Matter, que tinham como principal objetivo tornar as manifestações em um problema de mero racismo e uma suposta luta entre negros e brancos.

Através de pseudo líderes de movimentos como esse, burgueses como George Soros, autor da doação acima citada, tem influenciado as pautas de reivindicação de manifestações como as ocorridas em Mineápolis, nos EUA.

É preciso aqui evidenciar que com a crise econômica capitalista e seu agravamento pela pandemia do coronavírus a situação de revolta social e consequente risco de quebra das bases de sustentação da burguesia mundial passaram a estar na ordem do dia em todos os países do mundo.

Nessa situação, tem aparecido movimentos que reivindicam a condução de pautas “estranhamente” não prejudiciais aos capitalistas, com ações desconexas às verdadeiras necessidades das populações oprimidas, como por exemplo a destruição de estátuas.

É de se estranhar que com a atual situação de decomposição da economia mundial, em que a população pobre passa a conviver de forma mais dura com a inflação de preços de itens básicos de alimentação, rebaixamento de salários devido à política liberal dos governos burgueses, dificuldades no acesso à moradia digna, entre outros flagelos, esses pseudos movimentos reivindiquem a destruição de estátuas como sendo essa a solução desses problemas.

No Brasil, essa política ficou evidente nos últimos meses devido a forte tensão nas manifestações que pedem a saída do presidente golpista Jair Bolsonaro. Nesse cenário, alguns grupos passaram a levar ações deste tipo para o cerne das manifestações, tentando contornar flagrantemente a palavra de ordem Fora Bolsonaro e conduzir as reivindicações para a destruição de estatuas, como no ocorrido na cidade de São Paulo, em que a estatua do Bandeirante Borba Gato foi queimada.

Open Society Foundations, Fundação Ford, Oxfan Internacional, entre outras vem abertamente financiando atividades como essa no Brasil e em todos os países que têm tendencias à revoltas populares, operando por meio de pseudo líderes e movimentos que se autodeclaram representantes dos setores mais oprimidos da classe trabalhadora, como os negros e as mulheres.

Em comum, todas essas organizações têm serias ligações com a agência de inteligência norte-americana, que busca levar adiante essa política de freio as reais reivindicações dos povos oprimidos.

Por fim, e em uma versão mais perigosa dessa operação, passamos a ver a presença dessa política em setores de partidos tidos como de “esquerda” no Brasil. Atualmente, está praticamente “normal” a presença de pessoas e entidades que se dizem a voz dos oprimidos tentando conduzir e minar as reivindicações presentes nas manifestações do último período.

Evidentemente, percebemos que o assenso dessa política nos meios partidários da esquerda burguesa brasileira tem motivo claro, tendo em vista que é nítida a alta probabilidade de revolta social no Brasil.

É preciso que os trabalhadores e suas entidades representativas estejam atentos a essa política, que vem envelopada sob o pretexto de “lugar de fala” de pessoas vendidas à instituições e interesses imperialistas, mas que busca apenar atrasar a vitória da classe operária sobre a burguesia.

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