A imprensa golpista se utiliza de qualquer coisa para atacar o maior inimigo da burguesia no Brasil, o ex-presidente Lula. Desta vez, a Folha de S.Paulo, uma das organizadoras do golpe de Estado contra a presidenta Dilma Rousseff, resolveu se fingir de “antirracista” e ao mesmo tempo atacar o PT e Lula como se eles fossem culpados pela baixa quantidade de negros em cargos de comando. Mais uma vez, o identitarismo mostra sua face, uma política demagógica da direita golpista para atacar a classe trabalhadora e suas organizações.
De acordo com a imprensa tucana, os “partidos excluem negros de suas direções e patinam para mudar o racismo estrutural”. O mais interessante, seguindo a própria lógica da Folha, é que seriam necessárias mudanças estruturais para se combater esse racismo, algo que ela não leva em consideração visto que culpa os partidos, principalmente o PT por ter uma baixa quantidade de negros da direção.
Na realidade, a política do racismo estrutural é uma confusão identitária, ela foi divulgada principalmente por Silvio Almeida, funcionário do Carrefour e do IREE, empresa onde trabalham Boulos, Etchegoyen, Jungmann e Daiello. Ela foge da explicação real do racismo assim como de todas as outras opressões da sociedade, elas provêm de uma base material, a opressão dos negros existe no Brasil a séculos e não foi superada pelo capitalismo, que supostamente deveria instaurar uma igualdade de direitos a todos. Agora, o próprio capitalismo se apoia sobre a opressão do negro para manter seu domínio sobre toda a classe trabalhadora, a expressão ideológica disso é o racismo.
O combate ao racismo se dá não como fazem os identitários, mas com as principais reivindicações do movimento negro, como o fim da polícia, fim dos presídios, formação de comitês de autodefesa etc. Além disso, é preciso unificá-la à luta pela derrubada do capitalismo, que é a única forma real de libertar os negros, as mulheres, os indígenas e todos os setores mais oprimidos da sociedade. Portanto, a existência ou não de negros em posições de comando, não é um fator que define se a política de uma organização é correta ou não, na realidade esse identitarismo serve apenas para atacar justamente as organizações que defendem mais os oprimidos, vide os casos de Lula e Evo Morales, ambos atacados pelo identitarismo, o primeiro por ser branco e o segundo por ser homem.
A ascensão real do negro a posições de importância, e não a ascensão de alguns serviçais da burguesia como Djamila Riberio, Maju Coutinho e Silvio de Almeida, virá conforme o avanço real de sua luta. E esse avanço envolve a luta geral contra o regime golpista que oprime de forma brutal a esmagadora maioria da população negra no Brasil, portanto a luta não só pelo acesso dos negros a “cargos de comando” mas por sua libertação como um todo passa pela luta em defesa de Lula presidente e por um governo dos trabalhadores.