Alijados de qualquer oportunidade no país, os negros e indígenas, mais uma vez são os mais afetados e, desta vez, os dados em relação aos inscritos no Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) mostram que esse segmento da sociedade teve uma redução de 50%.
Conforme dados levantados pelo Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp), feito a pedido da golpista GloboNews, com base nos microdados de inscritos no Enem 2021. (G1 – 27/08/2021). Segundo as informações, em 2012 foi registrado o menor número de inscritos desde 2007. Além dessa queda no total absoluto de candidatos, houve também uma redução mais acentuada na participação de pretos, pardos e indígenas, em comparação com a última edição da prova.
O artigo diz ainda que, na edição de 2020, eram aproximadamente 2,7 milhões de estudantes pardos – neste ano, foram 1,3 milhão (redução de 51,7%). A queda também ficou acima de 50% entre pretos (53,1%) e indígenas (54,8%). Por outro lado, considerando os candidatos brancos, a diminuição foi mais sutil: de 35,8%.
A farsa do ensino remoto
Essa situação demonstra a farsa montada do governo federal, quanto ao sucateamento do ensino, mas também, dos governos estaduais e das prefeituras, com a enganação do ensino remoto, uma vez que a grande maioria da população negra e pobre sequer tem como acompanhar as aulas via internet.
Conforme Márcia Lima, professora da USP e coordenadora do Núcleo de Pesquisa e Formação em Raça, Gênero e Justiça Racial do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), o número de inscritos no Enem já vinha caindo, mas, de 2020 para 2021, a queda foi “muito impactante”.
Desemprego e fome
Outro fator que está fazendo com que o conjunto da população se afaste das escolas é o de que, diante da fome, não há outra alternativa a não ser a busca de alguma ocupação, de algum trabalho para tentar diminuir tal sorte de coisas, mesmo com a situação do desemprego se elevando cada vez mais de forma assustadora, ou seja, ou estuda, ou vê se consegue, de algum jeito atenuar a fome que, no Brasil é hoje, o equivalente a cerca de 60% da população nessa situação.
É preciso extinguir com o todos os vestibulares, bem como, com o ENEM e todas as formas de seleção para o ingresso na universidade, ou seja, todos os estudantes que terminaram o ensino médio devem ter o livre ingresso, sem nenhuma restrição. E garantir que o estudante tenha condições de se manter dentro das instituições de ensino, através de bolsas e programas de apoio.