O Carrefour, desde a morte do trabalhador negro João Alberto dentro de uma de suas lojas no ano passado, vem alterando algumas diretivas da empresa para se mostrar “amigável” aos negros. Diretivas como colocar um diretor negro para conduzir mudanças na segurança, abrir vagas para formar executivos negros e recentemente favorecer as requisições de fornecedores negros e de produtos para negros.
Essa política ajuda em nada os negros e serve apenas como propaganda para a classe média, principalmente a identitária, levando os clientes a acreditar que a empresa mudou e agora tem apoiado a luta dos negros. Por exemplo, a diretiva de favorecer fornecedores negros apenas engana o trabalhador com a falsa promessa de ser um empreendedor e ao final o negro se tornará um terceirizado sem direitos trabalhistas.
O mesmo grupo Carrefour que controla os mercado e é a favor dos negros também controla o Banco Carrefour. Este banco tem promovido um processo de demissões em massa, mesmo tendo 108% de lucro comparado com o ano passado. Entre as dispensas, estão inclusive trabalhadores com câncer, em tratamento médico, pessoas com deficiência e funcionários que nunca tiveram nenhum histórico de “baixa performance”, como relatado pelo sindicato dos bancários.
O sindicato complementa também que “as demissões em massa instalaram um clima de terror entre os funcionários. Eles relatam que as ameaças de perda do emprego são constantes. E as dispensas que já aconteceram deixam todos preocupados. Além deste processo, ainda há o avanço interno da terceirização das atividades, e a substituição dos empregados por empresas terceirizadas. Este cenário tem causado insatisfação, tensão e muitas reclamações ao Sindicato, o que não é de hoje.”
Essa política identitária apenas usa os negros como meio de propaganda e como facilitar a empresa para implementar medidas duras ao trabalhador com um aspecto pseudoprogressista. Portanto, como é um negro aplicando tais medidas, é porque realmente elas seriam necessárias. Trata-se, contudo de uma farsa. Os trabalhadores seguem perdendo seus direitos e ainda são feitos de trouxa nessa demagogia identitária.