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O câncer do secundarismo

PCdoB na UBES: o parasita do movimento secundarista

O PCdoB destrói as organizações estudantis para alimentar as ambições de seus dirigentes carreiristas

Membros da equipe do Pró-Cultura estiveram presentes no congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, que é há tempos dominada pelo PCdoB.

A UBES seria um dos centros da organização do movimento estudantil em escala nacional, isso pelo menos na expectativa do incauto simpatizante da política de esquerda e do movimento estudantil, que se envolve inocentemente com a coisa no intuito de fazer a diferença e, frequentemente, ingressar no mundo político. Afinal, o movimento estudantil acaba sendo a porta de entrada de muitos para a militância, inclusive para a militância revolucionária.

Esses indivíduos que, inspirados e animados com a ideia de intervir na situação política ao seu redor, ao se depararem com uma atividade escabrosa como foi (e comumente é, há décadas) o ConUbes, têm grandes chances de se afastarem na hora da atividade política. Ou pior, trocarem de lado e se juntarem à campanha da direita contra o movimento estudantil e à esquerda ao verem o nível da podridão das direções das entidades.

Quem imagina um congresso, seja ele de um partido, sindicato, entidade estudantil ou seja a organização política que for, espera uma atividade formal, bem organizada e devidamente credenciada e regulamentada, onde se prima pela responsabilidade com os devidos procedimentos necessários para validar aquilo que é determinado pelos membros da organização em questão de forma que essas determinações tenham legitimidade perante a base do movimento. Isso, caros leitores, é o oposto do que se vê na atividade que a UBES (ou seria melhor dizer, o PCdoB) chama de congresso.

Como havíamos dito antes, o ambiente não só não passa a devida sensação de legitimidade que uma atividade que elege a direção de uma entidade nacional de um dos pilares da luta social que é o movimento estudantil deveria passar; como estimula o ódio, a repulsa e o sectarismo dos presentes instantaneamente.

Ao entrar no congresso, você se depara com uma atividade totalmente descentralizada (leia-se: completamente desorganizada e sem sentido prático). Palanques aleatórios de organizações diversas espalhados por um vasto espaço aberto parecem não apresentar nenhuma função real para a intervenção no congresso. São, antes de tudo, uma falação desordenada e já irritante de tão repetitiva para quem está frequentemente presente nas atividades onde essas organizações e “direções” comparecem. E mais: são discursos eloquentes que servem apenas à promoção daqueles que ali intervém.

Essas falas, que buscam supostamente apresentar um programa, são, frequentemente, uma regurgitação identitária e muito moderada de retórica supostamente muito combativa. Não tem lastro na situação política real dos estudantes e nem de quase ninguém, a não ser por vagas conexões que podem muito bem nem existir se verificadas no detalhe.

Se fosse apenas por isso, seria apenas mais uma atividade que nos faz perder cada dia mais a fé de que essas organizações de esquerda tem um real propósito social que esteja fora dos seus próprios interesses. Mas, claro que não acaba por aí. 

Durante os três dias de congresso, concomitantemente com a falação pseudo-radical insuportável que já estamos acostumados, outro fator que, este sim, surpreende, e pode ser até chocante dependendo do grau de sensibilidade e de experiência do observador, se apresenta quando observamos os indivíduos ali presentes de perto. Algo importante de se salientar, antes de entrarmos no mérito, é que, por se tratar de uma organização dos secundaristas, as “delegações” são compostas primariamente por menores de idade.

Ao interagir e observar as pessoas ali presentes, se percebe que uma parcela expressiva, se não majoritária, do quórum do congresso, não faz a mais remota ideia do que está acontecendo. Não sabe nem ao menos com quem veio e de que se trata a atividade. Isso acontecia majoritariamente com aqueles que eram da delegação da UJS, mas o fenômeno também se manifestava em pessoas de outras organizações, porém em menores graus.

Isso já mostra claramente qual é a política para o congresso da UBES pelo PCdoB: perpetuar o controle da UJS na UBES a qualquer custo, política essa que não exclui a destruição da capacidade mobilizatória, ou seja, da utilidade prática da entidade para atingir esses fins mesquinhos e profundamente podres.

Esse método profundamente despolitizado e característico da política burguesa de se fazer as coisas rendeu um problemão à UJS, pois os desavisados que a organização trouxe eram altamente suscetíveis à apresentação de alguma política, algo que o próprio PCdoB não fornecia. Sendo assim, a aceitação ao material da Aliança da Juventude Revolucionária foi tanta, que rendeu cenas lamentáveis, como a de dirigentes e pessoas da organização do bloco da UJS sendo obrigadas a intimidar militantes do PCO para que não distribuírem panfletos. E aqueles sortudos do bloco que conseguissem ter contato com política através do material da AJR eram rapidamente repreendidos, repreensões essas que iam desde um dirigente do PCdoB arrancar o panfleto das mãos do sujeito, até ameaçar que o indivíduo não voltaria para casa se deixasse seu contato conosco ou mantivesse nosso material consigo.

Entretanto, novamente, é importante colocar: fosse apenas isso, ainda não haveria tanto motivo para redigir um texto dessa natureza, para colocar publicamente com esta clareza estes problemas. Poderia ser ainda, apesar de estar em um patamar maior de desonestidade e mesquinharia política do que de costume, passável como “acontecimentos de rotina” da política rasteira do movimento estudantil para quem já está razoavelmente acostumado. Porém, como foi dito, não para por aí.

O fato que mais impressiona, no mau sentido, é claro, são os métodos pelos quais a UJS consegue formar a sua “fila da sopa” no ConUBES.

Como foi dito anteriormente, por ser o congresso de uma entidade dos estudantes secundaristas, se trata de uma atividade com um alto índice de menores de idade. Mas, aparentemente, isso não tem muito valor no cálculo do PCdoB de como aliciar os desavisados para sua operação espúria. Por toda parte, principalmente de noite, após os “trabalhos”, vemos menores embriagados e sob o efeito de drogas que são consumidas a céu aberto e frente aos olhos, e pior, com o estímulo de elementos maiores de idade da coordenação do congresso – leia-se, do PCdoB.

A todo momento, era possível ouvir as sirenes de ambulâncias levando pessoas ao hospital em uma frequência totalmente anormal para atividades políticas, seja de qual for o tamanho. Não eram raros os indivíduos regurgitando em lixeiras, lixeiras estas que após o seu “uso” detinham um odor alcoólico característico das “festinhas” mais degradadas que se vê por aí.

Em um determinado momento da atividade, a enfermaria do Ginásio Nilson Nelson foi murada com barreiras metálicas para impedir que o seu interior, que abrigava menores que passaram mal devido à perigosa combinação de álcool, entorpecentes como lança perfume e maconha, e o calor implacável e caracteristicamente seco do Distrito Federal, fosse visto.

Em um dos banheiros masculinos (que era totalmente inutilizável devido ao cheiro insuportável de dejetos humanos e fluídos corporais acumulados em sanitários entupidos), foi relatado por membros da delegação da AJR, que havia um traficante de drogas.

Fora isso, havia um clima sexual frequente que não era, de modo algum, inibido para manter a ordem da atividade. O clima era especialmente marcante e desagradável nos banheiros de condição sub-humana descritos acima.

Ainda nos foi relatado que o congresso forneceu comida que havia perecido aos estudantes. Houve relatos, inclusive, de que foram encontrados vermes no feijão das marmitas do almoço do segundo dia, algo que é corroborado pela espetacular aceitação da  barraca de cachorros quentes organizada por militantes do PCO, na qual até os líderes das organizações que têm profundo desafeto pelo PCO iam se alimentar.

Após todas essas infrações que acabariam com qualquer show de música ao vivo ou atividade pública, ainda tivemos a cena digna de nota, de um elemento da “organização do evento”, vir até a barraca da AJR dizer que ela teria de ser desmontada por não constar no croqui dos bombeiros, colocação que foi prontamente respondida apresentando todos os defeitos que foram descritos aqui ao sujeito que nos ameaçava, fazendo-o entender que seu pior pesadelo seria que qualquer fiscalização de qualquer natureza aparecesse em um raio de quilômetros daquele congresso.

Ao notar o erro que estava cometendo, o pretenso organizador deu meia volta e, após algumas tentativas mal sucedidas de avacalhar a atividade da AJR, com blefes baratos (típicos do movimento estudantil), chegando ao ponto de tentar nos fazer dar um golpe e se apropriar de uma barraca que era do movimento popular da juventude do PT, o MPJ, ele desistiu.

É importante salientar que essa situação deplorável não é mérito da UBES em si, que é apenas uma entidade, mas sim de quem a toca há anos, que é o PCdoB, usando o disfarce de um de seus inúmeros nomes fantasia, que no movimento estudantil é a UJS.

Não é exagero dizer que o que o PCdoB faz com a UBES é semelhante ao que um parasita faz ao organismo de um ser humano. Ele se apropria dos recursos vitais desse ser humano e, aos poucos, o faz definhar e recrudescer, se instalando cada vez mais, tornando a sua separação do organismo hospedeiro cada vez mais difícil e tornando as capacidades fisiológicas do sujeito cada vez mais débiles. O parasita, que é a UJS na UBES, se instalou a ponto de fazer o hospedeiro agir em função dos interesses do parasita contra seus próprios, que, no caso, são os interesses do movimento estudantil.

Esse sequestro das funções vitais da organização se reflete em seu congresso, que mostra como a organização, enquanto dominada pela UJS, serve apenas como um fim em si mesmo. A única atividade enérgica do PCdoB que utiliza a UBES é o esforço de guerra bienal empregado para perpetuar a direção da UJS durante o ConUBES.

Confira na íntegra o episódio do Pró Cultura sobre o congresso da UBES

O Congresso da UBES: PCdoB, sexo, drogas e zero política | Pró-Cultura #79 (Podcast)

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