Na última quinta-feira dia 15 de julho de 2021, mais de sessenta (60) mulheres do Partido Social Liberal (PSL) se reuniram para discutirem sobre as disputas a cargos eletivos para as próximas eleições, que ocorrerá em 2022. Esse promete pautar o espaço das mulheres, que representam mais da metade do eleitorado brasileiro, na política do país.
Ter mais mulheres nas disputas eleitorais não seria um problema se entre essas mulheres não houvessem golpistas. O problema do identitarismo é esconder atrás do gênero em questão pessoas cuja política é conservadora e contra os direitos dos próprios gêneros em que estes representam, pois de todo modo, essas pessoas conservadoras não sofrem diretamente ou são muito bem remuneradas e por conta disso, agem contra o progresso de seus “lugares de fala”.
É preciso observar que o Partido Social Liberal (PSL), é o partido de Janaína Paschoal e Joice Hasselmann, mulheres estas diretamente ligadas ao golpe de Estado que levou ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff e a prisão ilegal do presidente Lula, o que ajudou a eleger através de práticas ilegais, manipulação e articulações golpistas, o presidente Jair Messias Bolsonaro e sua chapa, foco das principais causas das grandes manifestações que ocorrem hoje por todo o país.
A política golpista e ultraconservadora do PSL levou o país a diversos retrocessos contra as mulheres, especialmente com a chegada da pandemia do novo coronavírus (covid-19), que desempregou diversas mulheres e as colocou aprisionadas como escravas do lar, sofrendo mais violência doméstica, tendo que cuidar dos filhos por conta das creches e escolas fechadas, deixando-as cada vez mais fora do mercado de trabalho devido ao tempo paradas em casa, sem conseguir se capacitar.
Segundo a senadora Soraya Vieira Thronicke (PSL), eleita em 2018 pelo Mato Grosso do Sul, as mulheres com perfil de liderança precisam preencher a lacuna de falta de mulheres no congresso, mas se essas mulheres forem da direita ou extrema direita, com a mesma política reacionária dos homens já atuantes, que defendem a criminalização do aborto, pautas morais e ataques trabalhistas, deve-se repensar qual é o ganho em cima disso.
A melhor forma de garantir os direitos das mulheres é lutando pelas reivindicações femininas e exigindo que suas reivindicações sejam colocadas em ação, pautas essas que realmente colaborem para melhorar a vida da mulher trabalhadora, como mais emprego, diminuição da jornada de trabalho, pelo direito a mais creches, pela descriminalização do aborto, dentre outras diversas. Em uma democracia burguesa, dominada pelo imperialismo burguês, a luta nas ruas é o único caminho para a queda da opressão contra a mulher, bem como com a maioria das causas, uma vez que o congresso é palco de golpes e manipulação da classe dominante.