Graças à política do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro e dos governadores “científicos”, o Brasil já alcançou a marca sinistra de 85 mortes causadas pelo novo coronavírus. Como não poderia deixar de ser no país dominado pelos golpistas, os mais atingidos são, obviamente, os setores mais oprimidos na sociedade capitalista. Isto é, os trabalhadores e, sobretudo, as mulheres trabalhadoras e os negros trabalhadores.
Segundo pesquisas desenvolvidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nada menos do que 57,8% das pessoas que afirmaram estar com pelo menos dois sintomas da COVID-19 eram mulheres. A realidade no Brasil corresponde à média mundial, uma vez que as mulheres têm sido as mais afetadas em todo o planeta.
Há pelo menos duas explicações que estão sendo dadas pelos especialistas no assunto. A primeira delas é a de que muitas mulheres, por estarem atreladas aos afazeres domésticos, costumam assumir mais os cuidados de familiares, amigos e vizinhos infectados, ficando mais expostas ao coronavírus que os homens. A segunda delas é a de que as mulheres em alguns países, incluindo o Brasil, correspondem à maior parte de pessoas que são empregadas na área médica, ficando sujeitas ao contágio por meio dos pacientes.
Esse não é, nem de longe, o único dado relacionado ao coronavírus em que as mulheres aparecem como as maiores atingidas. Na questão trabalhista, as mulheres também foram muito mais afetadas que os homens. Em junho, 18,3% das mulheres que tinham emprego estavam paradas — e possivelmente sem salário —, contra 11,1% da população ocupada masculina.
Se a situação do povo em geral já é dramática com a pandemia de coronavírus, a das mulheres é um verdadeiro inferno na terra. Não bastassem todas as consequências da crise sanitária e da própria crise econômica aprofundada com a pandemia, a extrema-direita fascista, que tem sido impulsionada pela burguesia em todo o mundo, representa mais uma duríssima ameaça aos direitos das mulheres. Medidas como a criminalização completa do aborto estão em pauta para tentar amarrar a mulher ainda mais firmemente ao conservadorismo familiar.
Diante de todo esse cenário, é preciso travar uma luta pela derrubada do governo Bolsonaro, pela derruba de todos os golpistas e, de maneira internacional, travar uma luta contra o fascismo.