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Demagogia burguesa

Inimigo dos trabalhadores deve ser denunciado, homem ou mulher

A esquerda não pode cair na armadilha moralista do identitarismo, nossos inimigos de classe devem ser combatidos sem hesitação.

Um entrevero nas redes sociais, envolvendo o ator Zé de Abreu e a deputada federal Tabata Amaral, trouxe novamente o identitarismo para o primeiro plano na discussão política. Crítico do apoio dado pela estagiária de Lehmann à destruição dos direitos trabalhistas, o ator republicou uma postagem de outro usuário que dizia “se eu encontro na rua, bato até ser preso” se referindo à deputada.

Foi um prato cheio para que pipocassem matérias na imprensa burguesa, com colunistas evocando a baixa ocupação de cargos parlamentares pelas mulheres para colocar a publicação do ator como uma expressão dessa espécie de mecanismo cultural que bloqueia a ascenção social feminina. E além de mulher, Tabata é jovem, o que representaria também um bloqueio à “renovação” na política.

A colunista Nina Lemos, do UOL, expôs um dado que chegou até a ser celebrado pela esquerda pequeno-burguesa: “as últimas eleições foram das que mais elegeram mulheres”. Mesmo representando apenas 15% dos deputados federais, sinalizaria um “avanço” democrático. Podemos inferir então que a vida da maioria das mulheres brasileiras melhorou na mesma proporção, certo?

Muito pelo contrário. A política de terra arrasada do neoliberalismo que deputadas, deputados e deputades ajudam a implementar piora a vida de toda a classe trabalhadora, grande parte dela constituída por mulheres. E por conta das desigualdades econômicas entre gêneros, são elas as que mais sofrem com a destruição dos direitos trabalhistas e da economia nacional.

O antagonismo fundamental na sociedade é entre as classes sociais, com destaque para as duas mais importantes para o sistema econômico capitalista: a burguesia e a classe operária. O ilusionismo da política identitária é fazer com que as pessoas pensem que uma mulher da burguesia é companheira de luta da operária que ela oprime. Não é possível libertar a mulher entregando a luta em defesa dos seus direitos na mão dos seus algozes.

Tabata aproveitou da situação para promover aquela conversa fiada da terceira via contra a polarização, contra os extremismos na política. É necessário respeitar aqueles que pensam diferente. Ou seja, se seu patrão te demite após a licença maternidade, você deve se colocar no lugar dele e não reagir violentamente. Se você foi vítima de um golpe de Estado, como Dilma, é preciso manter um bom diálogo com os golpistas em nome de uma sagrada e metafísica democracia.

Depois de se eleger por uma legenda que se disfarça de “trabalhista”, a deputada da “bancada Lehmann” mostrou a que veio e não aderiu nem à mínima oposição parlamentar do PDT, fez o que quis votando junto com o conjunto da direita. Depois de conseguir na justiça a manutenção do mandato mesmo abandonando o partido que a elegeu, negociou com partidos como PSDB e PSD, por exemplo, antes de se filiar no PSB, que apoiou abertamente o golpe de 2016, contra uma mulher na presidência.

Contra o “machismo” de Zé de Abreu, deveríamos defender uma deputada que, além de apoiar todos os ataques aos trabalhadores, é contra a descriminalização do aborto? Essa reivindicação básica para as mulheres, que seguem morrendo ao recorrerem aos abortos clandestinos, não faz parte da agenda “feminina” de Tabata. A revolta expressa pelo ator nas redes sociais apenas ecoa a revolta das ruas contra os inimigos do povo.

Não podemos cair nessa armadilha moralista da burguesia. Nossos inimigos podem ser de qualquer gênero, podem ter qualquer tom de pele e qualquer orientação sexual, mas não deixam de ser nossos inimigos e como tais devem ser combatidos.

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