O Partido da Imprensa Golpista (PIG) já começou a campanha de difusão de intrigas contra a candidatura de Lula. Nas últimas semanas, a Folha de S.Paulo e a Jovem Pan, através das colunistas Mônica Bérgamo e Thais Oyama, divulgaram a informação, sem citar a fonte, de que estaria em curso uma negociação entre “lideranças” do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Socialista Brasileiro (PSB) em torno da articulação da chapa de Lula com Geraldo Alckmin (PSDB) como vice para a eleição de 2022.
A imprensa cita supostas declarações de Lula que confirmariam a negociação, porém sem indicar as fontes. Não se encontra qualquer declaração de Lula e nenhuma nota oficial do PT que confirme a possibilidade da chapa Lula-Alckmin, nem de nenhum membro desses partidos.
Trata-se de uma campanha de intrigas com vistas à sabotagem da candidatura de Lula. A imprensa sabe que Geraldo Alckmin é um político do PSDB odiado pelo povo. Este último governou São Paulo por diversas vezes e seu legado é a violência da Polícia Militar, o extermínio da juventude negra, a expansão dos campos de concentração chamados de presídios por todo o território estadual, a instalação de pedágios nas rodovias estaduais, privatizações e abertura de capital da Sabesp, ataques à autonomia das universidades públicas (USP, Unesp e Unicamp) e destruição dos serviços públicos, particularmente nas áreas da educação e saúde.
A associação de Lula com Alckmin é um ataque à candidatura de Lula e às bases populares do Partido dos Trabalhadores. Os dois são políticos completamente diferentes e que expressam interesses de classes e bases sociais distintas. Lula é um político vinculado ao movimento sindical, à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e aos movimentos populares (MST, CMP). Seu suposto vice é um elemento burguês ligado ao imperialismo, aos bancos e grandes capitalistas nacionais e internacionais.
É de se notar que a imprensa golpista não tem a mesma preocupação com quem seria o vice na chapa de Jair Bolsonaro. O verdadeiro inimigo da burguesia não é Bolsonaro, um elemento direitista, e sim a esquerda, representada pelo Partido dos Trabalhadores e particularmente pela candidatura de Lula.
A burguesia não aceita a candidatura de Lula e coloca seus recursos financeiros e de imprensa para obstaculizar sua candidatura. São duas as frentes de ataque. A primeira é semear confusões nas bases petistas anunciando supostos apoiadores direitistas e, com isso, minar o apoio à sua candidatura. A segunda frente é o impulsionamento da candidatura da terceira via, uma candidatura da burguesia tradicional travestida de “democrática”, “civilizada” e “opositora a Jair Bolsonaro”.
Na medida em que as eleições presidenciais se aproximem, a campanha de intrigas do PIG contra a candidatura de Lula vai se intensificar. Este é o sentido da associação de Lula com Geraldo Alckmin, algo que não foi confirmado pelo próprio Lula e nem por qualquer dirigente do PT. Qualquer tipo de associação com Geraldo Alckmin é amplamente repudiada pelas bases petistas.