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Bombardeio à maternidade

Grávida de Mariupol desmente acusações contra a Rússia

A entrevista da grávida

Os antecedentes de uma mentira

Dia 8 de março, véspera do suposto ataque à maternidade amplamente divulgado por vários órgãos da imprensa americana e européia, utilizando sempre as mesmas fotos; um correspondente de guerra situado na Ucrânia visitou a aldeia de Bezymennoye, descrito na página Lenta, no sul da República Popular de Donetsk (RPD) para entrevistar moradores de Mariupol que fugiram do conflito. Dentre os poucos que conseguiram passar pelos corredores humanitários e fugir dos batalhões nazistas que cercam a população civil, estava Igor, um morador que conseguiu atravessar por conta própria, que relatou o que passou para chegar à aldeia; procurava por seus pais caso estivessem na lista de refugiados. Igor relata que os militares, que ele não sabe se eram combatentes das Forças Armadas da Ucrânia ou do batalhão nacionalista Azov, destruiram todas as fechaduras, dispersaram o pessoal da maternidade (a maternidade mencionada no suposto bombardeio russo amplamente divulgado pela imprensa mundial) e montaram posições de tiro no prédio para preparar a fortaleza de Mariupol para a defesa, como explicaram aos médicos. A reação dos militares às objeções a eles é padrão: coronhadas e tiros para o ar.

A entrevista revela detalhes muito importantes sobre o modo de agir dos batalhões nazistas: ocupar regiões residenciais com civis como reféns, para então poder divulgar os crimes de guerra das Forças Armadas da Rússia. O hospital foi evacuado à força, para se estabelecer posições de combate, não havia médicos e pessoas internadas, apenas militares. O que abre uma lacuna para se saber de onde vieram as pessoas que apareceram nas fotos divulgadas pela imprensa posteriormente, daí a importância para o imperialismo americano de se ter somente uma versão, para não estragar o cenário montado para destruir a narrativa russa, bloqueando os sites oficiais da Rússia.

Os estúdios de gravação do bombardeio

Após o suposto incidente, a  CNN divulgou vídeos do local nos quais nenhum corpo aparecia nas filmagens da suposta maternidade que era mostrado no vídeo, exceto o de uma grávida ferida, carregada numa maca que foi descrita num tweet da Embaixada Russa da Inglaterra (que foi excluído pela plataforma por violar as regras), era a modelo ucraniana Marianna Vyshemirskaya, que interpretou mulheres grávidas feridas. Como demonstrado pelo jornalista E.Vasco, do DCO, a mulher em destaque é a protagonista da encenação montada para fins de propaganda contra a ação russa na Ucrânia.

Filtro passa fakes

O projeto War on Fakes, uma página de internet que rastreia e denuncia notícias falsas relativas à crise ucraniana, divulgou fotos feitas no local onde a blogueira influencer, Marianna, que aparece com roupas diferentes durante a suposta evacuação da maternidade apresentada pela imprensa, compartilhou também materiais no Telegram refutando que a maternidade de Mariupol tivesse sido atingida pelo Exército russo. Depoimentos de moradores locais, bem como uma compilação cronológica de fotos mostrando imagens de mulheres grávidas e outras pacientes, surgiram nas mídias sociais muito depois do hospital ter sido supostamente atingido, enquanto as fotos iniciais não apresentavam quaisquer pacientes no local.

War on fakes concluiu que Marianna foi fotografada em vários cenários diferentes em uma sessão de fotos encenada especificamente para ser conduzida por um fotógrafo profissional, que chegou ao local muitas horas depois. Ela trocava de roupa e maquiagem para cada cenário. Ela não poderia ter sido paciente da maternidade de Mariupol pois esta fora ocupada anteriormente por militares.

O deputado da oposição ucraniana Ilia Kiva, que fugiu do país em meio a processos criminais por suposta alta traição, também expressou confiança de que a história em torno da maternidade de Mariupol era falsa.

Nasceu uma criança

Marianna Vishegirskaya teve sua bebê um dia após o suposto ataque à maternidade de Mariupol.
Foto: Reprodução

Marianna teria sido levada para a Rússia. A influencer ucraniana retirada da maternidade de Mariupol surge agora numa entrevista a um meio pró-Kremlin, Sky News, em que nega o ataque, seguindo a tese russa. Sua bebê nasceu linda e saudável.

De acordo com a Sky News, Marianna, que já deu à luz uma menina, descreve explosões na maternidade, mas diz que não houve bombardeamentos aéreos. A Sky diz que a jovem foi levada para a Rússia ou para a região separatista de Donetsk.

Alguns jornalistas ucranianos manifestaram dúvidas sobre a integridade desta entrevista, sugerindo que possa ter sido editada, só não houve dúvidas de integridade para eles na versão do suposto ataque russo à maternidade. Na entrevista Marianna confirma o que sempre falamos, de que essa campanha foi uma grande calúnia contra a Rússia e que não passou de manipulação da imprensa imperialista para tentar desmoralizar os russos. Campanha que, inclusive, contou com a participação da imprensa brasileira. Seria muito difícil prever numa situação de guerra e com nazistas matando pessoas dentro do próprio país, o que faria uma grávida prestes a ter seu bebê, vendo seu nome publicado em todos os jornais como tendo morrido junto com a criança.

Finalmente, a imprensa burguesa fabrica o que ela quiser sobre a Rússia, por mais absurdo que seja. Como destacou o jornalista Glenn Greenwald, tem que manter o discurso hegemônico para defender a causa do governo americano.

Cenas dos próximos capítulos

Um novo episódio já está em análise e vários fotos controversas já estão aparecendo e sendo analisadas. A Rússia convocou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir o que chamou de provocações odiosas da Ucrânia, que denunciou o assassínio de civis por tropas russas em Busha. Waronfakes já deu seu primeiro parecer sobre as divulgações das fotos aceitas pela imprensa pro-estadunidense.

Na noite de 4 de abril, o New York Times postou um vídeo do satélite Maxar. Eles alegaram que a gravação foi feita sobre Bucha em 19 de março. Nas imagens, algumas manchas escuras são visíveis nos mesmos locais onde estão os corpos dos mortos. Casas e carros destruídos são usados como marcos.

Segundo os autores do artigo, a gravação por satélite prova que os corpos das pessoas estavam deitados na estrada, ou melhor, na rua Yablunska, desde 11 de março. O satélite os registrou em 19 de março e, à primeira vista, parece realmente convincente. No entanto, não há data na gravação do satélite em si. Portanto, apenas uma coisa é certa: em Yablunska há cadáveres e carros quebrados. Mas quando exatamente a foto foi tirada não está claro. E há uma série de perguntas para a versão do NYT. Voltaremos a eles mais tarde e, por enquanto, tentaremos estabelecer o quanto podemos confiar nas imagens de satélite da Maxar.

O que é Maxar

A Maxar Technologies Inc. é uma empresa com sede em Westminster, Colorado, EUA, especializada em satélites de comunicações e inteligência geoespacial. De acordo com o artigo da The New Republic, o Departamento de Defesa dos EUA é o principal contratante da inteligência geoespacial. As forças armadas dos EUA são um cliente chave da Maxar. Como cliente da Maxar, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos não é apenas um consumidor passivo de imagens da Maxar; é, de certa forma, um coprodutor dessas imagens. Além disso, a empresa é amigável com a imprensa estadunidense, especialmente durante os tempos de guerra.

Em 28 de fevereiro, as ações da Maxar Technologies dispararam 13,5%, e não havia “nenhuma notícia óbvia” para explicar o salto, escreveu Rich, “exceto a mais óbvia de todas: Crise na Ucrânia”

À luz das provocações odiosas dos radicais ucranianos em Busha, a Rússia solicitou uma reunião do Conselho de Segurança da ONU na segunda-feira, 04 de abril”, escreveu na rede social Twitter o vice-embaixador da Rússia na ONU, Dimitri Poliansky.

Moradores da Ucrânia evacuados da vila de Vinogradnoye perto de Mariupol, 7 de março
Foto: Reprodução

Destaca a página Lenta, Enquanto o mundo inteiro assiste a relatórios militares, na zona cinzenta, em cidades próximas à zona de guerra, uma catástrofe humanitária se desenrola. Autoridades ucranianas e combatentes de batalhões nacionalistas estão mantendo pessoas como reféns. Tanto os partidários quanto os opositores das repúblicas populares ficaram sem amenidades básicas, comida, água e remédios em Mariupol. Independentemente de suas visões políticas, eles estão vivendo os dias mais terríveis de suas vidas por causa do desejo do comando da guarnição da cidade de criar um mito heróico sobre a fortaleza de Mariupol.

O porta-voz dos Negócios Estrangeiros russo, Igor Konashenkov, negou a responsabilidade russa no ataque, garantindo que a “aviação do país não leva a cabo missões que possam atingir civis”, acrescentando, citado na altura pelo The Guardian, que o “ataque aéreo foi uma provocação encenada para manter a onda anti-russa para a audiência do Ocidente”.

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