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Fundo Partidário

Estadão tenta incriminar esquerda com os mesmos métodos do DCM

Jornal reacionário indica que partidos pequenos e de esquerda desviam dinheiro público para fins escusos

Em artigo publicado nesta semana, o jornal golpista O Estado de S. Paulo apresenta um suspeitíssimo balanço do uso do Fundo Eleitoral por parte dos partidos. Logo de cara, o artigo já diz a que veio:

“Os partidos políticos se esbaldam com os recursos do Fundo Partidário porque o TSE é lento para julgar as contas e aplicar a lei em caso de irregularidade”.

Se há uma vantagem em ler um jornal como O Estado de S. Paulo, é justamente esta: em seu veículo, a burguesia normalmente não enrola e coloca claramente qual é a sua política. Segundo o jornal golpista — e, é claro, os seus patrões —, o fundo partidário é tão somente uma fonte de malversação do dinheiro público. Para a direita — leia-se, para setores da direita como o Estado de S. Paulo, que rastejam aos pés do imperialismo —, o fundo partidário não deveria sequer existir:

“Os partidos – como temos defendido há um bom tempo nesta página – são organizações privadas e, como tais, devem ser financiadas exclusivamente pelas contribuições voluntárias de seus aliados e simpatizantes”.

A campanha contra o fundo partidário é seguida por um conjunto de dados supostamente escandalosos. O jornal, que se diz grande adepto da democracia e das práticas mais ilibadas, finge espernear contra o uso da verba para viagens, contratação de serviços absolutamente triviais e ainda para atividades obscuras. O Estado de S. Paulo se escandaliza tanto que nem parece que o órgão tem 147 anos de existência, nem que é brasileiro. Afinal, no Brasil, assim como em todo o planeta, casos bizarros de corrupção e lavagem de dinheiro vêm à tona todos os dias.

O que chama ainda mais a atenção é que a “investigação” do Estado de S. Paulo não desemboca no epicentro da corrupção brasileira. O PSDB, que vendeu uma parcela gigantesca do patrimônio nacional a preço de banana, não consta na lista dos partidos que mais usaram de maneira “inadequada” o Fundo Partidário. O DEM, partido de Rodrigo Maia e ACM Neto, tampouco. Quem seriam, então, os grandes corruptos? Vejamos a lista:

1 – PCB

2 – PROS

3 – MDB

4 – PSOL

5 – Patriota

É um verdadeiro escárnio. O partido mais corrupto do Brasil seria o partido que não tem um único representante eleito! Um partido, inclusive, que se gastasse todo o seu fundo partidário com uma festa, não teria gasto 1% do que os bilhões que os bancos faturam todo mês graças à política da direita. Isso sem contar que o PCB, como a maioria dos partidos de esquerda, não recebe mais o Fundo Partidário devido à antidemocrática cláusula de barreira.

O Patriota e o PROS não são um caso muito diferente. Mesmo que sejam legendas de aluguel, sem programa definido e totalmente refém dos caciques locais, ambos os partidos são peixes pequeníssimos em comparação aos tubarões do PSDB e do DEM. Até mesmo o MDB só aparece na lista porque um setor do partido está em contradição com os setores mais pró-imperialistas da burguesia: figuras como Sérgio Cabral causam um dano muito menor ao erário público do que os ultraprivatistas do PSDB, como Eduardo Leite.

A lista apresentada por O Estado de S. Paulo, ainda que fosse honesta, seria ridícula, pois esconde os maiores inimigos do povo brasileiro.

A “investigação” não é à toa, não busca estabelecer a “verdade”, nem é “isenta”. O que O Estado de S. Paulo quer é fazer uma campanha para, por um lado, incriminar os setores mais frágeis do regime político — principalmente a esquerda — e, por outro, extinguir o fundo partidário.

Extinguir o fundo partidário é, em primeiro lugar, uma demanda dos bancos. Quanto menos o Estado gastar, mais dinheiro sobra os capitalistas. Cancelando o fundo partidário, portanto, o povo não ganharia mais verba para a saúde e a educação, como hipocritamente a imprensa golpista dá a entender. Além disso, e talvez o mais importante, essa medida cumpriria o papel de estrangular financeiramente os partidos políticos. Sem o dinheiro do Estado, só é possível existir dois tipos de partido: os partidos que têm um apoio popular muito grande e os partidos que são sustentados pela dinheiro do imperialismo.

A campanha para incriminar os partidos, por sua vez, cumpre o mesmo papel, com a diferença de que, em vez de excluir os inimigos do regime pelas falência, a direita também procura fazê-lo pela polícia. É uma política claramente fascista, que, levada a últimas consequências, quer colocar todos que não se alinharem ao imperialismo na cadeia. É a mesma política que levou à prisão de Lula.

Essa campanha nojenta e de tipo fascista está sendo reproduzida, ipsis litteris, por um blog que se apresenta como de esquerda. O Diário do Centro do Mundo (DCM), apoiador de Guilherme Boulos (PSOL), decidiu vasculhar as contas do PCO, um partido cujo “crime” foi contratar o escritório de advocacia mais barato do planeta! E assim como no caso de O Estado de S. Paulo, nada tem a ver com “elucidar fatos”: os interesses estão escondidos por trás de denúncia. O  que o DCM quer é censurar a esquerda revolucionária, que denuncia os setores ligados ao imperialismo que se infiltram na esquerda.

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