Nos últimos dias, a imprensa golpista tem colocado sobre a mesa a hipótese da formação de uma chapa Lula e Alckmin (PT-PSDB) para as eleições presidenciais de 2022. A colunista da Folha de S.Paulo, Mônica Bergamo, é que apontou as supostas negociações do PT e PSB em torno da formação desta chapa.
Bergamo é colunista de um dos principais jornais golpistas do Brasil, que na atualidade tenta se apresentar como “democrático”. Além disso, ela é muito bajulada pela esquerda pequeno-burguesa por publicar matérias a respeito de Guilherme Boulos (PSOL). Há poucos dias, a colunista social de Boulos escreveu uma coluna rasgando elogias a Natália Szermeta, esposa de Boulos, que acaba de assumir a presidência da Fundação Lauro Campos-Marielle Franco, do PSOL.
A Jovem Pan deu corda à “fake news” plantada por Mônica Bergamo, na figura de Thaís Oyama. A imprensa direitista adorou a ideia inventada da formação de uma chapa do PT com o PSDB, isto é, uma chapa com representantes do povo, do maior partido e esquerda do País, e do imperialismo. Seria um exemplo do pior tipo de conciliação de classes, no caso com os representantes dos bancos e grandes capitalistas internacionais. Em outras palavras, do imperialismo.
No entanto, não há nenhuma declaração do ex-presidente Lula que indique a existência de negociações com o objetivo de formar uma chapa com os tucanos. A imprensa divulga fofocas das quais não se sabe as fontes. Em matéria do portal UOL, publicada em 5 de novembro, é dito que “nos planos de Lula, já transmitidos a Kassab, se Alckmin topar ser vice, ele e o PT apoiariam uma eventual candidatura de Rodrigo Pacheco ao governo de Minas (…) Se vier a ser derrotado, Lula se comprometeria a dar suporte a uma reeleição de Pacheco para comandar o Senado”.
Em reportagem publicada no portal da UOL, no dia 5 de novembro, Thaís Oyama atribui a Lula a caracterização de Alckmin como o “único tucano que gosta de pobre”. Sobre a resistência da base do PT, diz Oyama que Lula teria dito “a amigos”, porém sem dizer quais são esses amigos e quais são essas as fontes, que “eles, os radicais, podem fazer duzentos manifestos contra”. A preocupação de Lula, conforme Oyama, seria “zero” em relação a isso.
A imprensa golpista tem todo interesse em divulgar fofocas e mentiras sobre a candidatura de Lula. O objetivo é claramente político.Trata-se de atacar as bases do PT, gerando confusões e tensões entre os militantes petistas.
As mentiras sobre as supostas negociações em andamento pela formação da chapa Lula/Alckmin mostram o que está por vir. A imprensa capitalista está envolvida no impulsionamento e apoio da candidatura da terceira via, possivelmente um político neoliberal do PSDB, João Doria ou Eduardo Leite. A burguesia não aceita a candidatura de Lula e declarou guerra à possibilidade de Lula, que está em primeiro colocado em todas as pesquisas eleitorais, de se tornar presidente da República novamente.
Conforme o processo eleitoral se aproxima, a divulgação de mentiras e fofocas se tornará mais frequente. Acima de tudo, o interesse político da Folha e da Jovem Pan ─ e de toda a imprensa golpista que espalhou essa grande “fake news” ─ é atacar as bases do PT, composta por trabalhadores, sindicalistas e membros do movimento popular.