Na última quarta-feira, dia 25 de agosto, a União Nacional dos Estudantes (UNE) realizou a cerimônia de posse da nova diretoria do órgão – esta que fora eleita sob o manto da obscuridade de um processo eleitoral suspeito e fraudulento, realizado de maneira online e extraordinariamente.
A atual presidente da principal representação estudantil do Brasil, Bruna Brelaz (da UJS, braço jovem do PCdoB), se reuniu no Congresso Nacional, em Brasília, com parlamentares e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Neste mesmo dia, a dirigente estudantil resolveu, também, aproveitar a oportunidade e entregar ao senador uma “Carta ao Congresso Nacional”, um texto que supostamente trata sobre as principais reivindicações estudantis dos jovens brasileiros.
No documento, a UNE versa sobre os cortes de bolsas realizados pelo governo Bolsonaro, sobre o aumento do desemprego, as dificuldades dos alunos para estudar por falta de internet, dentre outras coisas. Ato contínuo, o presidente do Senado agradeceu a UNE e disse: “recebo com alegria, zelo e toda a atenção essa Carta ao Congresso Nacional para entender quais são os reclames e desejos da UNE enquanto entidade muito representativa da vida nacional e para que possamos desenvolver um laço de estreitamento”. Estas exatas palavras, por si só, destacam os reais objetivos da direita com o documento, bem como demonstram as próprias intenções da presidente da UNE: o estreitamento dos laços da organização com a política da direita.
Tal situação começou a ser esboçada no último dia 24, no ato realizado na Avenida Paulista, onde Bruna Brelaz resolveu compor o Bloco do PSDB enquanto representava a União Nacional dos Estudantes. Este fato, diga-se de passagem, foi a primeira decisão de real importância da nova direção da instituição – a segunda foi a troca das cores da UNE do azul para o amarelo, e a terceira, a entrega da supracitada carta.
A UNE, de fato, encontra-se paralisada pela burocracia que lhe dirige. No poder desde a reformulação da entidade (há mais de 40 anos), a União da Juventude Socialista se mostra cada vez mais inclinada às políticas direitistas. Sua sede encontra-se fechada aos estudantes desde o início da pandemia, não lutaram contra o criminoso EAD, não exigiram a vacinação geral e irrestrita dos estudantes e trabalhadores da educação. Entregar uma carta aos golpistas, de fato, não resolverá nada. O fato é que somente através da reforma da UNE pela base, com uma direção combativa e realmente direcionada aos interesses dos estudantes, é que os jovens brasileiros terão suas reivindicações atendidas.