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Precarização do ensino

Tubarões do ensino utilizaram pandemia para sucatear a educação

Capitalistas utilizaram a pandemia para impor o modelo do EAD nas escolas e universidades

O contexto pós-pandemia deixou sequelas muito fortes na educação brasileira em todos os níveis do sistema educacional. Da creche ao doutorado, a ausência de políticas públicas para a educação pública (e também privada) de qualidade e acessível à maioria da população é inegável.

Estudantes, pais de alunos e professores são praticamente unânimes na constatação de um fato consumado: o EAD infestou as instituições de ensino. Se, no início da pandemia foi um “quebra-galho” extremamente limitado, no sentido de se continuar estudando remotamente, passado todo o transtorno que durou dois anos letivos, grande parte das instituições particulares de ensino superior ainda está totalmente à distância e sem perspectivas de ofertas 100% presenciais em muitos cursos.

É o caso, entre outras universidades particulares, da Uninove, em São Paulo, cujos alunos protestaram em frente à universidade no início de julho, pedindo aulas presenciais. A Uninove afirma que apenas os cursos na área de saúde estão com aulas presenciais. Os demais cursos, estão em EAD.

O EAD, além da péssima qualidade pedagógica , não possibilita um aspecto fundamental da formação universitária: o espaço e tempo de convívio social, de crescimento e de politização dos jovens universitários. Ao isolar os alunos em ensino à distância, as universidades privam-lhes de uma oportunidade de exercer sua cidadania.

Durante os semestre em que a pandemia exigiu o distanciamento, a evasão e a inadimplência das universidades privadas foi ao mesmo tempo um golpe de sorte e de azar para certas mantenedoras. Azar para estudantes, professores e para as menores instituições, que acabam compradas pelos grandes tubarões do setor. “Sorte” para os capitalistas da educação brasileira, tanto nacionais como estrangeiros, que adicionam mais empresas e fazem mais dinheiro vendendo uma educação remota farsesca.

É o caso de grandes grupos como Kroton, que é dona das marcas Pitágoras (educação básica) e das faculdades Anhanguera, Fama, Faculdade Pitágoras, Unic, Uniderp, Unime e Unopar, além da rede LFG, de cursos preparatórios para concursos públicos e provas da OAB. O grupo também atua na educação básica, editoras de livros didáticos e paradidáticos.

Outro grupo detentor de muitas instituições de ensino, principalmente universitário, é o grupo Ânima,  que controla agora as que antes pertenciam ao grupo Laureate: Anhembi Morumbi, FMU (SP), IMBR (RJ), UniRitter, Fapa, Fadergs (RS). O grupo Ânima fez uma proposta de R$ 4,423 bilhões para a Laureate, que vendeu seus ativos ao grupo. Atualmente, o grupo conta com 356 mil matrículas. Além das aquisições da Laureatte, o grupo também é dono de universidades tais como UMA (MG), São Judas (SP), Unisociesc (SC) e Unicuritiba. É o quarto maior grupo educacional do país.

Essas grandes aquisições empresariais visam exclusivamente o lucro. O foco é na gestão das finanças e não na formação do estudante. Os professores são tão prejudicados quanto os alunos com a perpetuação do modelo à distância, mesmo após a pandemia, uma vez que, no período de um ano, foram demitidos aproximadamente 30 mil professores, que são substituídos por gravações, tutoriais, apostilas e tutores mal qualificados e mal pagos.

De acordo com a revista Istoé, a oferta de cursos EAD aumentou 428% nos últimos 10 anos. Evidência de que lobistas do setor influenciam de maneira direta e manipulativa os rumos da educação brasileira. O “Novo” Ensino Médio, a BNCC e a reformulação dos cursos de formação de professores parecem caminhar para o total desmantelamento de nosso sistema educacional, aprofundando a exclusão econômica e social que o EAD traz consigo. Muitos universitários se queixam de que a formação 100% online não lhes traz condições competitivas no campo profissional.

Mais do que nunca, deve ficar claro que a juventude é a força mais potente e a principal afetada por essas medidas imperialistas de formação de profissionais acríticos e pouco preparados, mas que, junto com o diploma, recebem uma longa dívida para pagar. Na volta às aulas, é preciso mobilização para que tais medidas sejam enfrentadas e combatidas de maneira organizada e anti-imperialista. Por Lula presidente e pelo fim do EAD!

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