O prefeito do Rio de janeiro Eduardo Paes criou um dispositivo para obrigar os alunos a retornar as escolas em plena pandemia. Um absurdo, pois trata-se de uma imposição perigosa frente ao vírus e suas variantes. O dispositivo é a “busca ativa”, onde os próprios gestores e professores vão atrás dos alunos.
Diante da pandemia e as más condições das escolas públicas, os alunos e seus familiares sabiamente resolveram não voltar. Segundo a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc-RJ), cerca de 80 mil estudantes permanecem em casa.
A “busca ativa” é um mecanismo criado para “sequestrar” os alunos, que inclui trabalho extra para diretores e professores. Será usado de tudo para obrigar os alunos a voltarem sem condições: professores, alunos e até carro que som. A medida é um absurdo por completo e coloca uma vigilância e uma perseguição constante contra os pais e alunos.
A pandemia ainda não acabou. Segundo dados oficiais, cerca de 300 pessoas por dia ainda morrem de coronavírus. Outro problema é que as crianças menores de 12 anos ainda não tomaram nenhuma vacina e os maiores estão ainda na primeira dose. Por isso, a volta as aulas somente existe para agradar os capitalistas.
A volta às aulas é para tentar salvar a meia dúzia de empresas que vivem da educação como a venda de material escolar, uniformes, tudo o que está relacionado com os estudantes e a logística para chegar nas escolas. É preciso dizer não a essa medida ditatorial e perigosa. As famílias devem ter o direito de escolher se irão ou não mandar seus filhos para a escola.
Mesmo sem pandemia, o Estado não deve obrigar o indivíduo a nada e muito menos monitorá-lo, pois o Estado deve ofertar a educação em todos os níveis, porém jamais obrigar o indivíduo frequentar. Isso é um Estado policialesco, ditatorial que serve apenas para perseguir a população pobre e trabalhadora.
A volta às aulas somente deve ocorrer no fim da pandemia e com toda a população vacinada, incluindo os estudantes, em condições seguras, pois as escolas são mal equipadas, faltam itens básicos como álcool em gel, mascaras, papel higiênico e água, falta espaço pro distanciamento correto — as escolas são sinônimo de aglomeração.
Diante de todos os ataques aos estudantes e professores é preciso reagir com uma mobilização massiva, pois além de obrigar 100% dos alunos nas escolas. Os profissionais estão perdendo direitos históricos — esse é o caso de São Paulo, que já fez sua “reforma administrativa”.
Somente a mobilização dos trabalhadores em educação em nível nacional vai colocar em xeque a política nefasta dos golpistas, que deram o golpe de 2016 para acabar com o Brasil e o povo brasileiro.