Essa semana, tomou notoriedade um decreto impondo sigilo às consequências da violência policial nas escolas do então prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella. O documento de setembro de 2018 colocou um sigilo de 5 anos aos dados das escolas localizada em áreas afetadas pela ação policial.
Policia que mata
É evidente a virulência e mortalidade da Polícia Militar (PM) no Rio de Janeiro, uma das mais sanguinolentas entre essas instituições assassinas. Está completamente às claras o caráter de extermínio de suas ações nas comunidades da classe trabalhadora.
A PM sobe o morro para matar, seja disputando territórios para o tráfico e outras ações das milícias, ou simplesmente oprimindo a população carente. Nesse momento, como em tanto outros no Brasil, não há o menor resquício de respeito ao Estado Direito. A população é despojada e acossada.
A violência gratuita e desenfreada gera um fenômeno de verdadeira perturbação na comunidade que, abandonada pelo Estado no básico, sofre também o peso de sua mão armada. Uma unidade da polícia subir o morro significa tiroteios nos quais o alvo são aqueles com menos dinheiro no bolso e balas disparadas sem a menor preocupação. Tudo depende da sorte dos alvejados.
Com as escolas não há diferença
Os números denunciam a realidades nas comunidades, não havendo mudanças para as comunidades escolares. Essa zona de guerra continua no perímetro das escolas, não havendo nenhuma defesa ou preocupação com essa população já tão vulnerável.
Faz parte do cotidiano dessas crianças estarem sob a ameaça de serem baleados, não estando seguros nem mesmo nas escolas. Dezenas de crianças assassinadas desta forma, supostas “bala perdida”, foram manchetes na última década.
A ação de Crivella não visa proteger essas comunidades escolares, ou diminuir a virulência e letalidade das ações polícias. Visa oculta a realidade das comunidades no Rio de Janeiro, especificamente, das escolas nessas comunidades.
A censura ao denunciar
Apenas no ano de 2019, ao menos 1.154 unidades escolares da rede de ensino municipal do Rio de Janeiro foram palcos de tiroteios em ações policiais. Isso significa que 74% da rede municipal de ensino teve suas atividades e comunidades prejudicadas pela violência policial.
A preocupação do ex-prefeito Crivella em censurar os dados por 5 anos denuncia o quão escandaloso são os números. A importância dos dados apontada pelo Instituto Fogo Cruzado é exposta pela censura.
A PM é uma instituição terrorista
A censura sobre os dados das consequências das ações policiais nas escolas tentar esconde a repercussão terrorista das instituições policiais. É uma investida para evitar a completa desmoralização do braço armado do Estado burguês contra a população.
No caso em questão, a burguesia precisou colocar sob sigilo os dados que expõem a finalidade de opressão da PM. Evitando, assim, que as dimensões dessa violência policial transpareça plenamente na sociedade.